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Entrevista: Maestro volta aos EUA com fusão de ritmos

João Carlos Martins quer conquistar plateias de Ft. Lauderdale e Nova York com apresentações originais

Ele é considerado por muitos especialistas em música clássica como o maior intéprete vivo de Johann Sebastian Bach. A modéstia, porém, o impede de reivindicar este título. João Carlos Martins, pianista e maestro, é na verdade um dos principais virtuoses que o Brasil produziu, tanto que foi homenageado este ano pela Escola de Samba Vai Vai, de São Paulo, sua cidade natal, e está eternamente grato com a homenagem prestada.

Com duas apresentações marcadas para o mês de setembro em Fort Lauderdale e em Nova York, Martins promete revolucionar as estruturas da música ao fazer uma fusão entre a música clássica, representada pela Orquestra Bachiana Filarmônica Sesi, de São Paulo, e a bateria da Escola de Samba Vai-Vai, também da capital paulista e atual vencedora do carnaval com o enredo sobre o maestro.
Acompanhe a entrevista exclusiva dada por João Carlos Martins, talvez o mais ilustre torcedor da Portuguesa, ao AcheiUSA, e ex-morador de Miami.

Maestro, qual sua expectativa para as apresentações marcadas para o Broward Center, em Fort Lauderdale, e para o Lincoln Center, em Nova York (dias 22 e 25 de setembro respectivamente), com a Orquestra Bachiana Filarmônica Sesi SP e com a bateria da Vai-Vai?
A expectativa é enorme, pois na primeira parte do programa Bach e Vivaldi estarão presentes representando o período barroco. Na segunda parte, mostraremos grandes compositores brasileiros, inclusive Villa-Lobos, com a bateria da Vai-Vai em um concerto certamente inédito.

O fato de ter sido tema de uma Escola de Samba, manifestação suprema da arte popular, alterou seu modo de ver arte como um todo?
Certamente foi uma grande emoção ter sido homenageado pela Vai-Vai, que mostrou para este velho maestro a criatividade e a genialidade da sua bateria.

Como é conciliar instumentos de uma filarmônica com instrumentos de uma bateria de escola de samba, marcadamente calcados em percussão?
Tudo fica fácil quando os sentimentos se encontram a favor da música, seja ela de origem clássica ou popular.

Que recordações você tem do período em que viveu em Miami?
Foi um período de muita angústia pessoal pelos problemas físicos que passei, mas foram compensados pelo calor humano desta cidade fantástica.

Quais os resultados efetivos do biofeedback em seu processo de recuperação?
No Jackson Memorial Hospital encontrei muito amor durante o tratamento com o Dr. Bernard Brucker e suas assistentes brasileiras. Foi um período mágico que me deu uma sobrevida para tocar piano em condições normais por mais alguns anos.

Você é considerado o maior intérprete vivo de Bach. Com a aposentadoria como pianista quem você aponta como seu sucessor?
Não sou o maior, mas parafraseando meu amigo Marcelo Tas brinco dizendo que talvez esteja nos “Top Five”.

Qual a grande diferença entre um solista e um maestro? Você tem preferência por algum deles?
O solista é o responsável pela sua ação direta. O maestro tem que alcançar seus objetivos com outras mãos, mas com suas idéias e sua precisão. Amei ter sido pianista e adoro ser maestro, mas ao final dos concertos sempre dou uma “palinha” com os três dedos que Deus permitiu que eu usasse.

Quais são os novos projetos de sua carreira?
Continuo fazendo um trabalho social emocionante com crianças carentes no Brasil e levando a música para todos os segmentos da sociedade. Por outro lado, o Bruno Barreto fará um longa metragem sobre a minha vida, que se chamará “João”. Creio que será um filme lindo por sua competência.

Em sua opinião, em que estágio se encontram os músicos clássicos brasileiros? Temos possibilidade de ver o surgimento de um virtuose ou de grande intérprete de ópera?
Temos grandes músicos clássicos e uma nova geração está surgindo. Em Fort Lauderdale e Nova York lançarei um garoto de 12 anos no violino, o Lucas Farias. E um jovem tenor de 24 anos, Jean Willian, que são maravilhosos.

É verdade que, se a Portuguesa de Desportos subir para a Série A, a Bachiana Filarmônica Sesi SP vai interpretar o hino do clube na versão clássica?
A Bachiana Filarmônica SESI-SP vai tocar o hino sim. Espero que neste an

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