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‘Eu atendo pacientes classe A’, afirma dono de agência de partos em Miami

Médico do Ser Mamãe em Miami diz que não atende quem tem a intenção de migrar de forma predatória para os EUA

Na terça-feira (8), o AcheiUSA publicou uma reportagem intitulada “Agência oferece pacotes de partos para brasileiras que querem ter filhos nos EUA” que alcançou mais de 58 mil pessoas, teve mais de 1,6 mil curtidas no site e foi compartilhada 250 vezes por leitores, em sua maioria “indignados” com os serviços oferecidos pela agência. Alguns ameaçaram denunciar a agência para o Departamento de Imigração e para o FBI; outros apoiaram a iniciativa e disseram que as mulheres que têm condições de pagar pelo serviço (que varia entre $9 mil a $15mil) estão certas em quererem uma vida melhor para os filhos que nascem americanos.

Em meio a toda a polêmica, o proprietário da agência, o médico pediatra Wladimir Lorentz, que atua em Miami há mais de 17 anos, afirmou ao AcheiUSA que o objetivo da “Ser Mamãe em Miami” é oferecer um serviço médico de primeira qualidade a gestantes brasileiras que têm condições financeiras e optam em terem seus filhos nos Estados Unidos, em bons hospitais e com atendimento de primeiro mundo e em português. Lorentz deixa claro que não há nenhuma intenção das mulheres que vêm ter seus filhos em Miami, em “sugar” do sistema de saúde americano e nem de imigrar de forma predatória.

Não há nada de ilegal nisso e essas pacientes têm recursos para isso, segundo o médico. “As minhas pacientes são de uma classe social alta, têm dinheiro para pagarem pelos serviços e optam por terem filhos aqui em Miami. Além do atendimento médico e os hospitais serem de excelente qualidade, quando têm os filhos aqui, as crianças têm o benefício de serem americanos. Isso não quer dizer que eles vão dar prejuízo para os EUA. Pelo contrário, essas crianças quando crescerem virão para estudar em universidades americanas, serão bons profissionais e vão gerar ganhos para o país. Portanto, minhas pacientes não vêm para terem filhos a qualquer custo, sem pagar a conta do médico, nem do hospital. Não são imigrantes que querem ficar aqui a todo custo”, reforça o pediatra.

Entenda o caso
A agência dos sócios Wladimir Lorentz e obstetra Ernesto Cardenas em Miami oferece “pacotes de partos” para brasileiras que queiram ter seus filhos na Flórida. As mães voltam com o passaporte americano dos pequenos nas mãos, já que a Constituição Americana garante esse direito a qualquer indivíduo que nascer em seu território.

Em entrevista ao jornalista João Fellet do site BBC, a empresária paulistana Bianka Zad é uma das clientes da agência e teve seu bebê em Miami. Ao dar à luz na Flórida, Zad quis que seu primeiro filho tivesse a cidadania americana e melhores oportunidades no futuro. “Mesmo antes de saber que estava grávida, eu já queria fazer o parto lá”, conta Zad, de 37 anos.

A empresária viajou a Miami com um visto de turista na trigésima segunda semana de gravidez e se hospedou no apartamento que comprou há quatro anos para passar férias. Binca deu à luz em 22 de maio e voltou ao Brasil dois meses depois. Seu filho, Enrico, desembarcou em São Paulo com dois passaportes–o brasileiro e o americano.

Os preços dos partos variam de $9.840 mil para partos naturais, $11.390 para cesárea e $14.730 para partos múltiplos (gêmeos). A agência destaca que todos os médicos são licenciados para atuarem nos Estados Unidos e garante todo o acompanhamento pré-natal e pós-parto. Além dos serviços médicos, a clínica ainda oferece tours para compra do enxoval do bebê.

Segundo a advogada de imigração Renata Castro Alves não há qualquer ilegalidade em oferecer esse tipo de serviço, já que os médicos têm licença para atuar na Flórida. O grande problema que pode surgir, segundo a advogada, é a mãe ser barrada de entrar nos Estados Unidos pela Imigração. “O agente imigratório tem autoridade para barrar qualquer brasileiro que esteja com o visto de turista se ele achar que a função do visto, esteja sendo violada. Então, antes de vir ter o filho na América, a mãe tem que considerar esse risco”, explica a advogada.

“Apesar de a decisão de dar à luz uma criança nos EUA não ser um crime constituído em estatuto, a verdade é que a imigracao pode proibir a entrada do portador de visto de turista que estabelece, no momento de entrada, a intenção de entrar no país somente para ter um filho aqui”, ressalta.

Uma mãe sem documentos pode obter residência permanente através do pedido de seu filho que ingressou ao país legalmente, e quando este completar 21 anos de idade.

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