Histórico

EUA apronta envio de tropas para a fronteira

A Guarda Nacional operará em três estados: Texas, New México e Arizona

O governo dos Estados Unidos enviará a partir del 1º de junho centenas de soldados da Guarda Nacional em três estados da fronteira sul, para apoiar as tarefas da Patrulha Fronteiriça contra a imigração indocumentada.

Os soldados da Guarda Nacional “não desempenharão tarefas policiais”, insistiu o chefe da Patrulha Fronteiriça, David Aguilar. No entanto, o funcionário destacou que “algumas das atividades importantes em que participarão incluem o apoio administrativo e operacional para a Patrulha Fronteiriça”. O chefe da patrulha indicou, por exemplo, que as tropas se encarregarão de “tarefas para aliviar os agentes que deveriam dedicar-se ao trabalho policial”.

O que disse o presidente – Desde que o presidente George W. Bush anunciou em um discurso o deslocamento de seis mil soldados da Guarda Nacional para a fronteira com o México, em 15 de maio, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos insistiu em que os soldados não terão autoridade para deter os indocumentados. “A Guarda dará assistência à Patrulha Fronteiriça operando sistemas de vigilância, analisando dados de inteligência, instalando muros e barreiras para veículos, construindo caminhos de patrulhamento e proporcionando treinamento”, observou o presidente.

Um ano de apoio – O presidente disse que a Guarda Nacional permanecerá um ano na fronteira até que a Patrulha conte com o número adequado de pessoal que garanta a segurança do país.

A Patrulha Fronteiriça conta com 11.300 agentes. O governo tem planos de aumentar para 18 mil o número de patrulheiros num prazo máximo de cinco anos. Os governos dos estados de Arizona, New México e Texas já mobilizaram algumas unidades que se encarregarão de preparar as instalações para abrigar este aumento da presença militar na fronteira com o México.

California pedirá tropas – Por sua vez, o governador da Califórnia, o republicano Arnold Schwarzenegger, que inicialmente havia se oposto à idéia do presidente Bush para o deslocamento militar, deu a entender que autorizará o uso de algumas unidades em apoio aos agentes na zona limítrofe com o México.

O território por onde cruzam mais indocumentados para os Estados Unidos é Tuma, no Arizona. Em setembro do ano passado, a governadora Janet Napolitano decretou estado de emergência para poder enviar tropas e aumentar a vigilância em áreas críticas. Decisão parecida foi adotada pelo governador do estado de New México, que se uniu a uma campanha para eliminar a violência na zona fronteiriça e deter o fluxo de indocumentados para os Estados Unidos.

Os governadores mandam – De acordo com o plano anunciado por Bush, as tropas ficarão sob as ordens dos governos de cada estado, mas serão financiadas com recursos do Pentágono. Jack Harrison, porta-voz da Secretaria da Guarda Nacional em Arlington (Virginia), disse que as tropas conduzirão veículos de transporte e de maquinário para a construção de caminhos e valas.Também executarão tarefas de operação de equipamentos de comunicações, câmaras de observação e aviões de vigilância. Na primeira fase, calcula-se que cada estado mobilizará 200 soldados, e a presença aumentará até chegar aos seis mil anunciados.

Uma pesquisa recente da revista Time mostrou que 62 por cento dos americanos apóiam o envio de tropas para a fronteira. A Guarda Nacional, que compõe milícias de cada estado onde os civis recebem instrução militar e cumprem turnos de duas semanas a cada ano – a menos que sejam mobilizados para o serviço ativo – tem em todo o país mais de 440 mil membros. Atualmente há mais de 80 mil soldados da Guarda Nacional e Reservas em serviço ativo e entre 2003 e 2005 quase a metade das tropas americanas no Iraque provinham destas forças.

Bush reiterou em sua mensagem de 15 de maio que “temos suficientes forças da Guarda para ganhar a guerra contra o terrorismo, responder às catástrofes naturais e ajudar a proteger nossa fronteira”.

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