Histórico

EUA desistem, definitivamente, do muro virtual

Mesmo sem ser colocado em prática, projeto aprovado na Era Bush custou mais de um bilhão de dólares aos cofres públicos. Decisão de Napolitano já foi comunicada ao congresso.

Quase seis anos ter sido aprovado pelo Congresso americano, o milionário e polêmico projeto de construção do muro virtual na fronteira entre os EUA e o México foi, definitivamente, descartado pelo Departamento de Segurança Nacional. Idealizado para conter a entrada de indocumentados no país, a iniciativa já custou aos cofres públicos mais de 1,2 bilhão de dólares.

A notícia do cancelamento do projeto, que fazia parte do programa ‘Fronteira Segura’, foi dada pela própria secretária Janet Napolitano. “O Congresso já foi comunicado de minha decisão a respeito desse assunto”, afirmou a comandante do DHS. O projeto pretendia, através da instalação de torres com câmeras de vídeo com visão noturna, sensores de movimento e sistemas de radar na fronteira sul (com o México) deter qualquer indocumentado tentando entrar ilegalmente pela fronteira.

O muro virtual chegou a ser testado inicialmente na região de Sásabe (no estado do Arizona) e recebeu o nome de Projeto-28, em referência ao seu alcance. No início seu papel no monitoramento da fronteira foi considerado inconsistente e os membros do Congresso Nacional chegaram a instalar uma subcomissão para analisar de perto o desenrolar do acordo. As críticas populares ajudaram a enterrar a ideia, que agora foi finalmente descartada pela administração do presidente Barack Obama.

“Não há uma solução única que responda a todos os desafios tecnológicos da fronteira e a nova estratégia está desenhada para satisfazer as necesidades únicas de cada região”, argumentou Napolitano, no comunicado que enviou ao Legislativo. Ela disse que os recursos já aprovados para o projeto serão redirecionados a outros programas, inclusive às iniciativas que estão dando certo na fronteira.

Ao ser aprovado pelo Congresso, o projeto recebeu o apoio da Boeing, que ficaria responsável pelo monitoramento das 23 milhas de fronteira no Arizona, o principal ponto de entrada de indocumentados nos EUA. No entanto, além da demora na entrega do equipamento, várias máquinas não funcionaram como desejado e os resultados não foram satisfatórios. Desde então, os problemas nos radares e câmeras foram frequentes e nem mesmo o objetivo inicial de construção de 1.800 torres de vigilância e outros sistemas saiu do papel.

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