Vinte e duas já foram fechadas neste final de semana e mais 19 serão fechadas até sábado
DA REDAÇÃO COM AP — As sedes diplomáticas americanas em 19 cidades do mundo islâmico serão fechadas até o final desta semana por “excesso de cautela”, informou o Departamento de Estado.
A decisão de manter fechados os consulados e as embaixadas “não é um indício de que haja uma nova ameaça”, disse Jen Psaki, porta-voz do Departamento de Estado.
Disse que a continuação dos fechamentos é “meramente um sinal de nosso compromisso para exercer cautela e dar os passos apropriados para proteger os nossos funcionários, incluídos os funcionários locais, e os que visitam nossas instalações”.
As sedes diplomáticas permanecerão fechadas no Egipto, Jordânia, Líbia, Arábia Saudita e Kuwait, entre outros países, até o sábado 10 de agosto. Os Estados Unidos decidiram reabrir algumas missões nesta segunda-feira (5), inclusive as de Cabul e Bagdá.
O governo do presidente Barack Obama anunciou na sexta-feira (2) que essas sedes ficariam fechadas no final de semana. O Departamento de Estado emitiu um alerta global de viagens, no qual advertiu que o al-Qaeda ou seus aliados poderiam atacar interesses de Washington ou privados americanos.
O fechamento no final de semana de mais de 20 missões diplomáticas americanas foi resultado das ameaças terroristas mais sérias captadas nos últimos anos, disse no domingo (4) o republicano de maior patente na Comissão de Inteligência do Senado. O senador Saxby Chambliss disse que “as conversas” interceptadas por órgãos americanos de inteligência levaram o governo de Obama a fechar embaixadas e consulados e a emitir um alerta global de viagens para americanos.
“As conversas significam bate-papo entre terroristas sobre o planejamento que se está sendo efetuado, o que lembra muito o que se viu antes dos atentados de 11 de setembro” de 2001, disse Chambliss no programa Meet the Press, da NBC. “É a ameaça mais grave que vimos nos últimos anos”, afirmou.
Por sua vez, o deputado C.A. Dutch Ruppersberger, democrata de maior patente na Comissão de Inteligência da Câmara de Deputados, disse no programa This Week, da ABC, que a ameaça interceptada de “membros de alto nível do Al Qaeda na Península Arábe” foi sobre um “ataque grande”.
O Iemen é a base da filial mais perigosa do Al Qaeda, à qual se atribuem vários planos importantes de ataques terroristas nos Estados Unidos. Entre eles estão a frustrada tentativa de explodir em pleno voo um avião de passageiros sobre Detroit em 25 de dezembro de 2009 e pacotes com explosivos interceptados um ano depois a bordo de aviões de carga.
O deputado republicano Peter King, que encabeça o subcomitê de Segurança Nacional da Câmara Baixa sobre medidas contra o terrorismo e inteligência, disse que a ameaça incluía datas, mas não locais de possíveis ataques. “A ameaça era específica em relação à grandiosidade que seria e também havia certas datas”, declarou King à ABC.
O deputado democrata Adam Schiff, membro do painel de inteligência, disse que a “amplitude” dos fechamentos sugere que as autoridades americanas estão preocupadas com uma potencial repetição dos distúrbios e ataques do ano passado contra várias sedes diplomáticas, incluindo o ataque mortal ao consulado na cidade de Bengazi, Líbia, onde morreram o embaixador e outros três americanos.
