A prova aplicada aos estrangeiros que pretendem se naturalizar agora será discursiva
Os Estados Unidos realizarão novos exames de naturalização em um plano piloto que começará em janeiro, anunciou nesta quinta-feira o Serviço de Cidadania e Imigração (USCIS), que afirma que as provas serão “mais fáceis e justas”.
No entanto, algumas organizações em favor dos imigrantes colocam em dúvida a necessidade desta reforma, que dizem que pode dificultar o acesso à cidadania americana. Até agora, a prova – que aprovava 84% dos que se apresentavam – tinha uma série de perguntas, como a cor da bandeira dos EUA ou o nome do primeiro presidente do país, e o candidato devia escolher a resposta correta entre quatro opções apresentadas.
A partir de agora, a resposta será discursiva.
Entre as novas perguntas, por exemplo, já não se inclui apenas a questão de quais são os três poderes – legislativo, executivo e judicial -, mas o candidato terá que explicar qual a razão de eles estarem separados.
Outras questões fazem alusão aos atentados de 11 de Setembro ou fazem menção às primeiras colônias que buscaram a independência do Reino Unido.
O diretor do USCIS, Emilio González, e o chefe do Escritório de Cidadania, Alfonso Aguilar, disse que “estas provas de nenhuma maneira são anti-imigrantes”.
“Isto é totalmente falso e irresponsável e está sendo dito por uma minoria que por algumas razões, talvez políticas, apresentam este argumento”, declarou Aguilar.
“O teste será mais profundo e indicativo do que é ser cidadão dos EUA, já que com o atual se sai da prova sem um maior entendimento do que é este país”, concluiu.
O plano piloto será desenvolvido em dez cidades dos EUA escolhidas por sua densidade étnica e alto número de solicitações. Ele terá a participação de 5.000 voluntários que deverão estudar 144 perguntas.
No final do plano piloto, que durará um ano, serão selecionadas apenas 100 perguntas e a prova entrará em vigor em todo Estados Unidos a partir do segundo trimestre de 2008.