Afastada do cargo desde suspeitas de tráfico de influência, Erenice Guerra espera provar inocência
O advogado da ex-ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, protocolou ação no Tribunal de Justiça de São Paulo pedindo direito de resposta à imprensa por ter divulgado informações sobre um suposto tráfico de influência no governo e na sua pasta. A sucessora e braço-direito de Dilma Rousseff foi apontada como participante de um esquema que envolve ainda o seu filho, Israel Guerra.
Eles foram envolvidos em várias denúncias, entre elas a de cobrar comissões de empresas para liberar crédito no BNDES e para renovar concessão na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Segundo matérias publicadas em jornais e revistas de circulaçào nacional, o consultor Rubnei Quícoli, que atuava para a empresa de Campinas EDRB e buscava empréstimo de 2,25 bilhões de reais para construção de um parque solar no Nordeste, admitiu que foi procurado por gente ligada ao Ministério que garantiria a liberação da verba mediante propina.
Antes de sair do governo, Erenice Guerra apontou conotação eleitoral nas acusações e negou irregularidades. Referiu-se a José Serra como “candidato aético e já derrotado” e classificou as reportagens como “desmoralizadas” e, agora, exige direito de resposta para provar sua inocência. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece apostar nisso e criticou a imprensa pela publicação de denúncias envolvendo membros de sua administração: “A garantia de liberdade de imprensa não pode justificar a publicação de mentiras”, disse Lula.