O ex-piloto brasileiro Rogério Scotton, de 43 anos, que vive no sul da Flórida, foi condenado na quarta-feira (26) por ter dado golpe em empresas de encomendas através de contas fraudulentas e por mentir aos investigadores federais sobre seu casamento com uma cubana.
Ele atuou como seu próprio advogado no caso, uma estratégia que falhou no sentido de convencer os jurados numa corte federal em Fort Lauderdale.
De acordo com os promotores, Scotton, um piloto de automóveis profissional, posava como representante autorizado de empresas como Amazon, Wal-Mart e Target. A empresa online de Scotton, baseada em Boca Raton, que vendia produtos eletrônicos para o Brasil, usava contas falsas com a FedEx, UPS e DHL para enviar as compras aos seus consumidores no Brasil, sem nenhum custo para ele, disseram os promotores.
O que poderia ser um crime de colarinho branco ganhou tintas mais fortes por causa de outra acusação: Scotton entrou em um esquema de casamento arranjado com uma cubana para que pudesse permanecer nos Estados Unidos, e mentiu sobre seu status imigratório ao Departamento de Segurança Interna.
Scotton casou com Ailyn Mollinedo em julho de 2008, mas, segundo a noiva, o casamento existia somente no papel. Mollinedo afirmou que nunca viveu com Scotton, nunca dividiu uma vida com ele e nunca foi para a cama com ele. Ela nem mesmo falou com sua família sobre este esquema, admitiu.
Conforme a política de imigração dos EUA, um cidadão estrangeiro pode obter residência permanente legal nos Estados Unidos se estiver casado com um cidadão cubano. Mollinedo contou ter feito o casamento como um favor para Scotton, e permaneceu porque ele ameaçou prejudicá-la e também sua família, se ela revelasse a verdade.
Scotton insistiu que o casamento era real, e jurou antes e durante o julgamento que possuía um vídeo de sexo para comprovar seu relacionamento com Mollinedo. Mas não apresentou nenhuma prova.
Ele encara uma pena máxima de 20 anos de prisão em cada uma das condenações.