Histórico

Fidel Castro diz que não confia nos Estados Unidos

Líder cubano falou pela primeira vez sobre retomada diplomática entre os países

DIVULGAÇÃO
Fidel Castro diz que não confia nos Estados Unidos

DA REDAÇÃO (com G1) – O líder cubano Fidel Castro disse na segunda-feira (26) que não confia nos EUA e que não conversou com Washington, rompendo, assim, o silêncio de mais de um mês sobre a histórica aproximação anunciada por seu irmão e sucessor Raúl Castro e pelo presidente Barack Obama.

“Não confio na política dos Estados Unidos, nem troquei uma palavra com eles. Isso não significa – longe disso – uma rejeição a uma solução pacífica dos conflitos”, disse Fidel, de 88 anos, afastado do poder desde 2006, em uma carta dirigida à Federação Estudantil Universitária.
O pai da Revolução Cubana não criticou o acordo anunciado por Raúl e Obama em 17 de dezembro passado, por meio do qual ambos pretendem normalizar as relações bilaterais. O acontecimento foi saudado em todo o mundo.

“O presidente de Cuba deu os passos pertinentes de acordo com suas prerrogativas e com as faculdades que a Assembleia Nacional e o Partido Comunista de Cuba concedem a ele”, escreveu Fidel Castro, o grande ausente no histórico processo de aproximação entre ambos os países, após meio século de inimizade.

Acordo diplomático
A retomada das relações diplomáticas foi anunciada por Barack Obama e Raul Castro, porém o embargo comercial ao país caribenho foi mantido. Em seu discurso no Congresso, Obama pediu rapidez aos parlamentares para a aprovação do fim do embargo a Cuba. Na prática, até agora, o acordo possibilitou a libertação de presos políticos que estavam sob poder de ambos os países.

Na última semana, representantes dos Estados Unidos foram até Havana e iniciaram as negociações abordando temas de cooperação bilateral no narcotráfico e no combate ao terrorismo. Quando o acordo foi anunciado, os Estados Unidos informaram que as seguintes medidas seriam tomadas: restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países; facilitar viagens de americanos a Cuba; autorização de vendas e exportações de bens e serviços dos EUA para Cuba; autorização para norte-americanos importarem bens de até $400 de Cuba; início de novos esforços para melhorar o acesso de Cuba a telecomunicação e internet.

As medidas incluem ainda ações práticas como o restabelecimento de uma embaixada americana em Havana e a revisão da designação dada pelos EUA a Cuba de Estado que patrocina o terrorismo.

Turismo americano
De acordo com a rede de TV NBC, mesmo antes do acordo anunciado em dezembro, norte-americanos sempre puderam viajar a Cuba. É mais fácil para quem tem familiares na ilha ou ascendência cubana, explica a emissora. Jornalistas, pesquisadores acadêmicos e membros de religiões também têm mais facilidade em viajar ao local, enfrentando menos restrições no passeio. Outros americanos que quiserem ir a Cuba têm facilidades caso estejam em um grupo turístico, para o qual deve ser requisitada uma autorização junto ao governo americano.

A tendência é a de que com o tempo isso mude, e as regras fiquem menos rígidas. Neste mês mudanças já ocorreram: agora americanos podem, por exemplo, usar cartões das bandeiras American Express e Mastercard em suas compras na ilha. ?

Compartilhar Post:

Baixe nosso aplicativo