Número, porém, diminuiu pela primeira vez em 15 anos
A Organização das Nações Unidas divulgou relatório sobre a fome no mundo e o resultado é motivo tanto de comemoração quanto de tristeza. O lado positivo é que o índice registrou seu patamar mais baixo em 15 anos, mas o contraponto é que ainda existem 925 milhões de subnutridos no planeta.
A agência da ONU para Alimentação e a Agricultura (FAO) acredita que a queda no número de famintos (no ano passado eram 1,2 milhão de pessoas nesta situação) pode ser explicada pelo crescimento econômico, especialmente nos países emergentes, e à redução do preço dos alimentos desde meados de 2008. No entanto, Mais de 40% dos subnutridos vivem na China e na Índia, países mais populosos do mundo e que fazem parte dos BRICs (emergentes).
Nos países em desenvolvimento, 16% da população ainda enfrenta o problema da fome. Lá estão concentrados 98% dos famintos e dificilmente os governos terão condições de cumprir as chamadas metas do milênio, que determinam a redução dos subnutridos para 10% até 2015. O Brasil está perto de atingir a meta e lidera, pelo segundo ano consecutivo, um ranking da ONG ActionAid que mede o progresso na luta contra a fome e a pobreza.
“O fato de que quase um bilhão de pessoas continua com fome mesmo após o fim das recentes crises alimentar e financeira indica um problema estrutural profundo”, diz a FAO. “Governos devem incentivar investimentos maiores em agricultura, expansão de redes de segurança e programas de assistência social, e fortalecer atividades de geração de renda para as populações pobres rural e urbana.