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Gastos de brasileiros no exterior somam US$ 1,6 bilhão no ano

O brasileiro tem aproveitado a baixa cotação do dólar para viajar para o exterior. No primeiro trimestre, esses gastos somaram US$ 1,594 bilhão, um crescimento de 27,9% em relação a igual período do ano passado. Os dados foram divulgados hoje pelo Banco Central.

Um dos fatores que justifica essa elevação dessa despesa é a valorização do real frente ao dólar, que favorece o crescimento das viagens internacionais. Outro é a elevação da renda das famílias.

“Viagens ao exterior sempre crescem quando você tem esses dois fatores conjugados: dólar baixo e renda maior”, explicou Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do BC.

No mês passado, os brasileiros foram ao exterior fazer turismo ou negócios gastaram US$ 521 milhões, crescimento de 25,8% na comparação com março de 2006. Já os dados parciais de abril indicam que, até hoje, os gastos dos turistas no exterior chegam a US$ 378 milhões.

Essa contabilização considera os gastos feitos em outros países com moeda estrangeira ou cartão de crédito internacional, ou seja, inclui também as compras feitas por brasileiros em sites de comércio eletrônico estabelecidos no exterior. No entanto, não há a segregação desse tipo de despesa.

Já os estrangeiros que passaram pelo Brasil no primeiro trimestre do ano deixaram US$ 1,332 bilhão, o que representa um aumento de 9,6% nessa receita. Em março, essa entrada foi US$ 434 milhões, 4,2% menor que o mesmo mês do ano passado.

Para Altamir, o crescimento dessas receitas no trimestre é atípico, já que a cotação do dólar não favorece as viagens de estrangeiros para o Brasil. “É um quadro atípico para momentos de depreciação cambial. Isso ocorreu por causa da melhora da infra-estrutura de turismo e da promoção turística.”

A diferença entre as receitas e as despesas resultou em um déficit de US$ 262 milhões no trimestre e de US$ 87 milhões no mês passado na conta de viagens. A parcial do mês indica ainda um déficit de US$ 109 milhões.

A previsão do BC é que neste ano essa conta fique deficitária em US$ 1,8 bilhão, contra o saldo negativo de US$ 1,448 bilhão em 2006.

O gasto com passagens entra na conta de transportes, que está negativa em US$ 849 milhões no ano –déficit de US$ 308 milhões em fevereiro. Nessa conta, além do gasto com passagens aéreas, também é contabilizado o frete pago pelas empresas para exportar ou importar produtos.

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