Histórico

Governo tenta barrar CPI dos cartões corporativos

Oposição quer apurar gastos indevidos de servidores ligados a Lula

O uso indevido de cartões corporativos por servidores públicos federais – que já derrubou uma ministra e fez com que outro devolvesse dinheiro aos cofres públicos – coloca em xeque agora até empregados diretos e parentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com levantamento, os cartões de crédito foram usados para gastos de produtos e serviços banais, como material de construção, supermercados, drogaria, lavanderia, lojas de revelação e até uma fábrica de sinucas. “O governo precisa controlar para quem distribui estes cartões. Não custa lembrar que o instrumento foi criado para gastos de emergência em viagens”, criticou um deputado da oposição, insinuando que uma nova CPI deverá ser instaurada para apuração dos fatos.

O pagamento à loja de mesas de sinuca foi efetuado por um servidor do Ministério das Comunicações, mas há vários casos curiosos. Por exemplo, no escritório da Funai de Governador Valadares, os cartões foram usados para saques em dinheiro, enquanto que um funcionário do Banco Central foi responsável pelo pagamento de dois mil reais a uma loja de material elétrico.

O escândalo dos cartões já derrubou a ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro,e fez com que o ministro do Esporte, Orlando Silva, devolvesse mais de 30 mil reais aos cofres públicos. O dossiê aponta também um gasto excessivo feito por um segurança da filha de Lula, no valor de 55 mil reais. O motorista do presidente, ao que parece, também efetuou gastos com o cartão e os fatos serão apurados.
Ao mesmo tempo, o Palácio do Planalto tenta evitar a criação de uma CPI para investigar as irregularidades. Segundo os governistas, um assunto como este na pauta do Congresso paralisaria as atividades parlamentares, num momento delicado do país.

Compartilhar Post:

Baixe nosso aplicativo