Histórico

ICE suspende cota de prisão de indocumentados

Novo diretor da agência federal, John Morton, garantiu que prática é coisa do passado

O diretor da Polícia de Imigração americana (ICE), John Morton, garantiu que a agência não trabalha mais sob o sistema de metas impostas aos seus agentes para prisão de indocumentados. Tentando evitar atritos com a antiga administração, ele preferiu não falar sobre a prática durante o governo Bush, mas deixou claro que discorda de métodos pouco convencionais para incentivar os policiais. “Não creio que um programa para cumprimento da lei necessite de cotas ou incentivos e muito menos seja orientado por números”, disse a autoridade.

Ele se recusou a divulgar detalhes sobre o sistema de cotas, que segundo investigações começou em 2004 de maneira extra-oficial.
Supostamente, cada equipe de agentes teria que prender 125 indocumentados por mês – a meta aumentou para mil imigrantes em 2006.
Em 2008, os próprios agentes manifestaram sua indignação com o aumento da cota mensal para 150 detenções por policial. De acordo com depoimentos, nos meses em que o número não é alcançado, o responsável pela corporação pune seus comandados com mudanças no horário de trabalho e cancelamento das folgas.
O caso foi alvo de sindicância interna na polícia da fronteira e, na época, o chefe do posto de El Centro (na Califórnia), Jeffrey Calhoon, admitiu que usava metas para incentivar seus comandados, mas apenas quanto ao número de operações. “Estipular a quantidade de detenções não é uma prática por aqui. E não toleramos qualquer tipo de ameaça ou punição”, afirmou Calhoon, no final do ano passado. Ativistas criticaram a medida, com medo que o sistema de cotas pudesse provocar uma enxurrada de prisões indiscriminadas. As equips do ICEcapturaram mais de 34 mil indocumentados no ano fiscal de 2008, mais do dobro em relação ao ano anterior.

O novo diretor do ICE afirmou que os agents estarão focando suas operações em imigrantes em situação irregular e que praticaram algum tipo de delito.

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