Histórico

Imigrante luta contra exploração na Virgínia

Cidade de Manassas foi chamada de capital nacional da intolerância

Na pequena cidade de Manassas, no estado da Virginia, os imigrantes não são bem-vindos. Para se ter uma idéia, os esforços do governo local e da população em rechaçar os indocumentados são comparados aos atos da época da escravatura e do grupo racista Ku Klux Klan. A região foi chamada de capital nacional da intolerância.

Um morador, no entanto, tem enfrentado as adversidades para garantir que os seus direitos de imigrante sejam respeitados: ele é Gaudencio Fernández, um mexicano de 47 anos que vive há quase 30 na América e está conseguindo chamar a atenção para sua causa. Em um de seus terrenos, na entrada de Manassas, Fernandéz colocou um letreiro de 12 metros de altura com os dizeres ‘Exigimos igualdade e justiça para todos. Não seremos escravos do século 21’. Chamado de ‘muro da liberdade’, a propriedade tornou-se um ponto de encontro e símbolo político de defesa dos imigrantes.

Para Fernandéz, os indocumentados – na maioria latinos – foram explorados durante anos em Manassas, mas esta mesma população branca que usou os serviços dos imigrantes agora quer vê-los longe da Virgínia. “Quero que a comunidade entenda o que temos feito por este país há mais de 500 anos”, afirmou o mexicano, para quem as pessoas de origem hispânica são os “americanos nativos”.

Os residentes e autoridades de Manassas, porém, não vêem com bons olhos os atos de Fernandéz. Para muitos, comparar o cumprimento das leis de imigração com o genocídio praticado pela KKK e com a escravidão é ofensivo e exagerado. Muitos não escondem que prefeririam que o letreiro na entrada da cidade fosse retirado e alguns estudam formas de proibir a manifestação do mexicano.

A verdade é que ele foi aconselhado pelos advogados a obter da prefeitura uma autorização para exibir o painel, mas vândalos com menos paciência já atacaram a propriedade e até uma bomba de fabricação caseira foi atirada contra o letreiro. O atentado não esmoreceu o mexicano e ele planeja colocar um outro ainda maior, com cerca de 43 metros, para chamar ainda mais atenção para o problema. Enquanto isso, a cidade de Manassas enfrenta processos de discriminação e racismo.

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