Histórico

Imigrantes em retirada dos Estados Unidos

Organização confirma que crise econômica e leis mais severas são as causas do fluxo inverso

O Instituto Nacional de Migração do México (INM) confirmou que o êxodo de mexicanos da América é maior do que se pensava a princípio e que, a cada dia, um número crescente de imigrantes está deixando os Estados Unidos, de forma definitiva, em direção ao país natal. E as causas principais não poderiam ser outras que não a crise econômica e as leis antiimigrantes.

“Os mexicanos não têm as mesmas oportunidades de outros tempos e, portanto, o retorno é inevitável”, disse o coordenador de Relações Internacionais do INM, Rolando García, acrescentando que não é possível determinar o número exato de mexicanos fazendo o caminho de volta. Ele ressalta que, em contrapartida, é cada vez menor a quantidade de imigrantes chegando aos EUA. De acordo com as estatísticas do Censo, apenas 500 mil imigrantes entraram em território americano em 2007, contra mais de 1,8 milhão no ano anterior.

Qualidade de vida

Para os especialistas, os Estados Unidos ainda são um país procurado por muitas pessoas, que buscam morar aqui por segurança, qualidade de vida ou oportunidades de trabalho, entre outras razões. No entanto, segundo William Frey, demógrafo da Brookings, entidade encarregada de analisar os resultados do censo, “todo este fluxo inverso mostra que a economia atua como um importante fator para os imigrantes. Mas não se pode descartar que as leis também ficaram mais complicadas”.

Ele afirma que desde 1990 o país recebeu como moradores em torno de um milhão de estrangeiros a cada ano, muitos deles indocumentados. Hoje, os imigrantes representam 12,6% da população.

Mesmo com êxodo, EUA tem cerca de 12 milhões de indocumentados

Um total de 11, 9 milhões de pessoas estava, em março de 2008, em situação irregular nos Estados Unidos, um número próximo do divulgado um ano antes, segundo um estudo divulgado pelo Centro Hispânico Pew. Este total representa 4% da população americana atual.

Em comparação com os dados obtidos em 2007, o número de indocumentados foi reduzido em quase 5%, já que a mesma entidade calculou que os estrangeiros com status irregular somavam 12,4 milhões há um ano. Um outro detalhe que chama a atenção no estudo é que quatro em cada cinco imigrantes que vivem na ilegalidade são de origem sul-americana.

O centro indica ainda que pela primeira vez em dez anos, o fluxo de pessoas ilegais entradas anualmente nos Estados Unidos entre 2005 e 2008 caiu para 500 mil, contra 800 mil por ano entre 2000 e 2004. Os imigrantes em geral, com ou sem papéis, viram os seus rendimentos baixarem 7,3% entre 2006 e 2007, revela um outro estudo do centro, quando em média os rendimentos dos lares norte-americanos aumentaram 1,3% durante o mesmo período.

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