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Os discursos do presidente da República e do presidente da Câmara de Deputados acentuaram as diferenças de posições entre republicanos e democratas

Os Estados Unidos podem enfrentar uma situação constrangedora como nunca ocorreu nete país se, em uma semana, políticos dos dois principais partidos – Republicano e Democrata – não conseguirem fechar um acordo sobre o teto da dívida, algo que a maioria dos americanos sequer havia ouvido falar antes, como mencionou o presidente Barack Obama em seu discurso proferido à nação em rede nacional, às 9 horas da noite.

Obama ocupou o horário nobre da TV para dar a sua visão da crise do orçamento. Ele voltou afirmar que, a menos que o Congresso concorde rapidamente com aumento do teto da dívida federal a longo prazo, “nós estamos arriscados a uma profunda crise econômica, causada quase que inteiramente por Washington”. Ele pediu aos americanos que pressionem os legisladores a chegarem a um consenso sobre a questão.

Ele disse que não vai concordar com um aumento do teto por um curto prazo, como é a proposta do presidente da Câmara, o republicano John Boehner. E acrescentou: “não podemos permitir que o povo americano sofra os efeitos colaterais da guerra política de Washington”.

Em seguida, Boehner ocupou a TV para responder ao presidente. Afirmou que vai continuar perseguindo um aumento de curto prazo em relação ao teto da dívida, apesar da oposição do presidente.

“A solução para a crise não é complicada…estamos cumprindo nossa tarefa e espero que o presidente venha se juntar a nós”, disse o republicano. E lançou um desafio: “O presidente queria um cheque em branco seis meses atrás, e quer um cheque em branco agora, mas isso não vai acontecer”.

Se não houver o consenso, as agências classificadoras de riscos Standar & Poor’s e Moody’s devem rebaixar a nota dos EUA, tirando o país da categoria AAA, a mais valorizada de todas. Com isto, pode haver o aceleramento da inflação, aumento das taxas de juros para financiamentos de imóveis e bens de consumo, retração de investimentos no país e aumento do já elevado índice de desemprego.

O presidente propôs aumento de impostos para os mais ricos do país e para a s grandes corporações, além de corte de despesas. O presidente do Senado, Harry Reid, também sinalizou com cortes de gastos mas com um perfil mais alongado – plano que teve a concordância de Obama -, enquanto Boehner continua batendo o pé pelo curto prazo. Claro que há um forte componente político nesta estratégia, porque isto significaria o retorno desta situação em seis meses, em pleno período eleitoral, desgastando o atual ocupante da Casa Branca – algo que Obama não quer e que a oposição deseja ardentemente.

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