Histórico

Indocumentada está há um ano refugiada numa igreja em Chicago

Mexicana é símbolo de luta contra leis de imigração nos EUA

Num pequeno apartamento no segundo andar de uma Igreja em Chicago, uma índia mexicana de 29 anos simboliza a luta por mudanças nas leis americanas. Flor Crisostomo mora há mais de um ano neste local, desde que decidiu desafiar uma ordem de deixar o país, após ter sido presa numa grande operação contra indocumentados. Ela luta por uma vida melhor para os seus três filhos, que ainda estão no México, sem vê-la há oito anos.
O caso de Flor ficou conhecido mundialmente depois que o advogado que a defende no processo de imigração recebeu uma carta das autoridades americanas obrigando-a a deixar os Estados Unidos em 28 de janeiro de 2008. Naquele dia a mexicana buscou abrigo na igreja e nunca mais saiu à rua. Flor herdou a “luta” de Elvira Arellano, uma outra mexicana que buscou abrigo na mesma igreja antes dela. Só que Elvira, depois de 12 meses refugiada, se arriscou e viajou para Los Angeles, para participar de um protesto – acabou presa e deportada.

“Decidi não ir embora porque não posso, depois de dois anos de luta, mandar uma mensagem ao povo dizendo que temos que nos autodeportar quando o governo assim determina”, disse Flor, que jamais temeu que os agentes de imigração invadissem a igreja para pegá-la. “Se tiver que sair, vou com muita dignidade, porque estou ensinando a meus filhos que têm que se defender, que calados não vamos ganhar essa luta”, acrescentou.

A imigrante se recusa a aceitar que tenha violado qualquer lei ao ficar nos Estados Unidos sem respaldo das autoridades e se diz vítima de um “deslocamento forçado’ por causa das políticas adotadas pelo goveno americano. Por isso, no primeiro aniversário de sua mudança para a igreja, ela aproveitou para falar sobre a promessa feita pelo então candidato Barack Obama. “Ele garantiu que iria resolver a situação. Quanto mais tempo devemos esperar?”, indagou.

Flor disse que mantém contato constante com seus filhos – de 11, 13 e 15 anos, que vivem com os avós. “Espero que Obama sinta em seu coração a dor da separação das famílias de indocumentados, que não são criminosos”, afirmou a imigrante.

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