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Indocumentados estão com medo de sair de casa

Depois de quatro anos em Phoenix, brasileira retorna à São Paulo

A paulista Camila Novaes Silva viveu nas últimas semanas um dilema: Apesar de adorar a vida que levava no Phoenix, ela sucumbiu ao medo de morar numa cidade intransigente com os imigrantes e marcou sua volta a São Paulo para a próxima semana. O retorno destruiu alguns sonhos, como o de cursar faculdade nos Estados Unidos. Ela é apenas uma das vítimas da nova legislação do Arizona.

Tinha esperança de ficar, mas a lei foi a confirmação de que realmente tenho que ir embora, confessou a brasileira, de 18 anos, antes de partir. A frustração é ainda maior porque ela acaba de concluir a High School (o equivalente ao Ensino Médio no Brasil) e tinha excelentes notas, até para conseguir uma bolsa de estudos em uma boa universidade. A mãe da jovem vai continuar na América e tem esperança de que uma reforma possa viabilizar o retorno da filha.

O caso não é isolado: o cônsul honorário do Brasil no Arizona, Brad Brados, disse que nas últimas semanas houve maior procura por informações sobre um possível retorno ao país. Estou com muito medo. Tenho a sensação de que todo mundo está me olhando, admitiu outra brasileira, Rosilene Diaz, que chegou aos Estados Unidos pela fronteira com o México.

O comércio local também já sentiu os efeitos da polêmica lei. Um mercadinho no sul de Phoenix, que costumava receber milhares de clientes todos os fins de semana, reduziu sua clientela para cerca de 100 pessoas por dia. A proprietária, a mexicana Ofélia Medina, não sabe o que fazer e culpa a lei pela queda nos negócios. Mesmo assim, ela acredita que a reforma vai reestabelecer a situação no Arizona. Tomara que venha logo, concluiu Ofélia.

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