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Integradas, lideranças brasileiras na Flórida querem marcar posição sobre questão imigratória

O clima de pânico que se instalou comunidade na última semana já se dissipou e o movimento nos pontos brasileiros está normalizado. Ainda assim, líderes comunitários se reuniram informalmente na quinta-feira (dia 13 de maio) para começar a planejar uma atuação conjunta com o objetivo de esclarecer a nossa sociedade sobre o que realmente está acontecendo quanto a questão imigratória. Em encontro mais abrangente que será agendado para os próximos dias, este grupo de trabalho pretende estabelecer metas de curto, médio e longo prazos, entre elas conscientizar a população sobre como proceder em situações como a da semana passada, cobrar dos representantes políticos que defendam nossos direitos e, é claro, lutar pela reforma imigratória.

Participaram do encontro o pastor Silair Almeida, da Primeira Igreja Batista, o presidente do Brazilian Business Group, Aloysio Vasconcellos, e a empresária Patrícia Brito, proprietária do restaurante Feijão com Arroz, em Pompano Beach. Depois da tempestade, a calmaria. E, agora, com o fim daquela situação de pavor generalizado, é importante aproveitar a oportunidade para unir ainda mais a comunidade em torno dos interesses comuns, explicou Silair.

A ideia da reunião surgiu quase por acaso e representa apenas o pontapé inicial de uma iniciativa grande que pretende criar nos brasileiros um senso de unidade, como possuem outros grupos de imigrantes na América. Para Aloysio Vasconcellos, a união das lideranças brasileiras na região traz benefícios para todos. Como um grupo forte, podemos exigir das autoridades americanas que os brasileiros sejam respeitados. E isso inclui, por exemplo, a abordagem correta nas operações policiais, disse o presidente do BBG.

Nesse sentido, nunca é demais lembrar as palavras do sheriff de Broward, Al Lamberti, que garantiu não haver qualquer ação direcionada contra indocumentados em geral. Ele disse que o ICE tem mandados de prisão para 895 brasileiros com ficha policial ou ordem de deportação. É um universo pequeno, se levarmos em conta que a comunidade no sul da Flórida é composta por mais de 100 mil pessoas, lembrou Silair. Para confirmar o fato, uma leitora do AcheiUSA ligou para o jornal para dizer que foi parada no trânsito por excesso de velocidade na última terça-feira e, mesmo com a carteira vencida, recebeu apenas a multa. Estava com meu passaporte e o policial viu que eu não tenho nada a dever, disse a brasileira.

Um novo encontro de lideranças deverá acontecer já na próxima semana e está aberto aos interessados em trabalhar pela causa. Depois de dias confusos para os brasileiros em Pompano e Deerfield Beach, é claro que todos sentimos o golpe, mas estamos vivos e agora queremos lutar com ainda mais força, afirmou Aloysio, resumindo o sentimento da reunião.

A indústria da boataria na nossa comunidade também foi um dos motivos de preocupação do grupo. Como vem acontecendo nos últimos meses, as informações sobre supostas operações do ICE – difundidas por e-mail, telefonemas, mensagens de texto (SMS) ou mesmo em rodas de conversa atingem proporções inimagináveis e acabam prejudicando os próprios brasileiros.

Tivemos dias difíceis, mas retomamos o ritmo normal porque as pessoas perceberam que os fatos muitas vezes são aumentados pelo sentimento de pânico, num efeito bola de neve. E as mídias são fundamentais nesse processo de conscientização dos brasileiros, até porque qualquer problema é um prejuízo enorme para nós, pequenos empresários locais, finalizou Patrícia Brito.

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