Histórico

Justiça vai nomear um interventor para controlar bens da TelexFree

A decisão pode vir a ajudar as vítimas a recuperar parte do dinheiro investido

TelexFreeDA REDAÇÃO COM BOSTON GLOBE, WSJ E GAZETTE – O juiz Melvin Hoffman da corte de falência de Worcester (MA) afirmou na terça-feria (27) que vai nomear, o mais rápido possível, um interventor para controlar os bens da Telexfree. O procedimento é previsto no Capítulo 11 da Lei de Falências do país. Se isso acontecer, todos os bens da empresa ficarão sob a supervisão da Justiça e de um interventor nomeado, podendo ser vendidos para ressarcimento das vítimas. A Telexfree é acusada de pirâmide financeira, dando um golpe de $1 bilhão em diversos países, fazendo aproximadamente 700 mil vítimas.

O advogado da Telexfree, Joseph Davis, concordou com a ação do juiz e espera a decisão final. “Não colocamos objeção quanto a isso. Concordamos que o controle da empresa não deveria ficar nas mãos de quem a levou a falência”, disse o advogado. A empresa protocolou pedido de falência no início de abril deste ano no estado de Nevada, mais tarde o processo foi transferido para Massachusetts, onde a Telexfree mantêm seus escritórios.

Liberada
A corte federal em Worcester (MA) liberou na sexta-feira (23) a brasileira Katia Wanzeler, esposa do sócio da Telexfree, Carlos Wanzeler. Ele está foragido da justiça desde abril deste ano, especula-se que ele esteja no Brasil com os filhos. Kátia foi presa no dia 14 de maio ao tentar embarcar com passagem só de ida para o Brasil.

De acordo com informantes do Boston Globe, já que a audiência com Kátia e seus advogados foi a portas fechadas, e o processo corre agora em segredo de justiça, a brasileira teve os passaportes brasileiro e americano confiscados. Ela estaria proibida de deixar o estado de Massachusetts. “Nós não vamos comentar nada sobre o caso, isso agora corre em segredo de justiça. Kátia é apenas uma testemunha e não réu nesse caso”, disse o advogado da família Wanzeler, Paul Kelly.

Por enquanto, a brasileira é apenas uma ‘testemunha material’ envolvida no caso, apesar da Justiça ter nos autos diversos cheques milionários em seu nome. Recentemente, a mesma corte emitiu ordem de intimação para representantes de bancos americanos onde a Telexfree mantinha contas.

A Telexfree está sendo acusada de fraude bilionária ao redor do mundo. O outro sócio, James Merril, está preso desde o dia 9 de abril. Se eles forem condenados por corrupção e pirâmide financeira podem ficar até 20 anos na prisão.

Vítimas
Na quinta-feira (22), o Federal Bureau of Investigations (FBI, a polícia federal americana) começou a cadastrar as vítimas do esquema armado pela Telexfree. Essa seria uma maneira de encontrar as pessoas que foram lesadas pela pirâmide financeira e ajudar no possível futuro ressarcimento. A maioria das vítimas é brasileiros, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

A página do FBI – https://forms.fbi.gov/telexfree-inc-customer-questionnaire está disponível em português e outras línguas.
Quem se cadastrar será atualizado a respeito do andamento das investigações sobre a Telexfree.

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