Histórico

Lideranças hispânicas desiludidas com Obama

Dirigentes de entidades hispânicas disseram que o discurso do presidente Barack Obama, pronunciado na conferência anual de La Raza, ficou incompleto e reiteraram suas preocupações diante da agressiva política de deportação que, nos dois anos fiscais, causou mais de 800 mil expulsões.

O presidente, no tema de deportações, se esquivou, afirmou Janet Murgia, presidente do Conselho Nacional de La Raza (NCLR) durante a conferência de imprensa após o discurso. Nossa comunidade ainda está muito desiludida com os resultados, acrescentou.

Os dirigentes hispânicos têm pressionado Obama para que ele use sua autoridade administrativa para deter a expulsão de imigrantes indocumentados sem antecedentes criminais e que se qualificariam para regularizar suas permanêencias se o Congresso aprovar uma reforma imigratória abrangente. O presidente não esclareceu e continuou dizendo que não podia fazer nada a este respeito. Discordamos totalmente dele”, sustentou Janet.

Embora sensibilizados com a confissão de sentimentos de Obama, os dirigentes hispânicos cobram ações concretas. O que adianta alguém me dizer que entende que andar sem sapatos me provoca bolhas e dor nos pés, se não me dá os sapatos para aliviar meu sofrimento, disse Jorge Mario Cabrera, diretor de comunicações da Coalizão pelos Direitos Humanos dos Imigrantes de Los Angeles (CHIRLA).

Cabrera acrescentou que não temos pedido a ele que mude as leis porque sabemos que o Congresso é quem deve fazer isto. Pedimos o que utilize o que está em suas mãos a fim reduzir o penar de nossa comunidade. Os sentimentalismos não servem para deter a deportação de um milhão de imigrantes que já foram arrancados deste país. Queremos ação, senhor presidente, não discursos insípidos.

Durante a campanha presidencial de 2008, Obama prometeu que durante o primeiro ano de seu mandato empurraria uma reforma imigratória que incluísse uma via para a legalização para milhões de indocumentados. Mas a crise econômica, as guerras no Iraque e no Afeganistão e o debate da reforma da saúde, entre outros temas, postergaram o debate.

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