Histórico

Mais de 20 mil imigrantes ocuparam as ruas da Flórida segunda-feira

Miami, com 10 mil participantes, e Lake Worth, com 5 mil, foram as marchas mais expressivas. Mas foi a manifestação de Fort Lauderdale que contou com mais brasileiros

As vozes verde-amarelas finalmente se fizeram ouvir na tarde de segunda-feira, nas ruas de Fort Lauderdale, dentre as centenas de vozes imigrantes que protestavam e clamavam por anistia. Eram gritos de “O Povo Unido Jamais Será Vencido”, que acompanhavam as manifestações de outros grupos étnicos. “Eles têm que se desmascararem, pararem com a hipocrisia, e admitirem que a gente já está aqui”, bradou Fernando Parisi, num português com sotaque argentino. Apesar de não ser brasileiro, era a bandeira do Brasil que ele ostentava em seu boné e na sua camiseta.
Ao lado do amigo brasileiro André Cordeiro e de outros amigos, uruguaios e argentinos, eles eram dos mais entusiastas no pequeno grupo de pouco mais de 300 pessoas que compareceu à manifestação. “Não adianta pagar impostos se a gente não tem direitos”, manifestava.
Eles saíram mais cedo do trabalho para prestigiar. “Já está na hora de acontecer alguma coisa para dar oportunidade para esse monte de gente”, afirmava Andre, que está no país há pouco mais de um ano e talvez nem consiga se benficiar da reforma imigratória, que previa oportunidades de legalização apenas para quem está ilegal no país há mais de dois anos.
“Estou aqui para ajudar aos outros”, declarava Adela Brites, que assim como André também chegou aos EUA há um ano. “ Mas a gente pode ajudar a quem pode se beneficiar da lei, né? Por isso vim aqui”, completou.
A bandeira verde amarela também tremulava ao lado de bandeiras mexicanas e haitianas, que comandavam os protestos. “Temos os mesmos problemas que qualquer outro imigrante; também precisamos de uma lei mais justa”, destacou o líder haitiano Caleb Dellard, que organizou o movimento em Fort Lauderdale. Ele representa as comunidades haitianas da Flórida e da Geórgia.

Americanos apoiavam

Em meio aos manifestantes, muitos americanos marcavam presença. Pat Graef e Paul Lefreak, que faz parte da entidade Broward Anti War Galition, apioava os imigrantes. “Eu vejo as dificuldades que todos enfrentam, em qualquer parte do mundo; aqui não é diferente; os imigrantes não são diferentes”, declarou Paul, que é funcionário da Broward Library e saiu do trabalho mais cedo para engrossar o coro de “Anistia Completa, Agora”.
A também funcionária da Broward Library, Pat Graef, também deixou o emprego mais cedo para participar. “ Apoio porque é uma questão de direitos humanos”, justificava.
Em um país democrático, teve espaço até para a americana Angelie Jackson protestar contra os imigrantes. Segurando uma placa com os dizeres “No Illegals, No hyphenated Americans”, ela repudiava a manifestação. “Não sou contra imigração, mas acho que 8,000 mexicanos entrando pela fronteira, todo dia, é invasão; é colonização”, afirmava a voz felizmente solitária, nascida e criada na cidade de Hollywood, Flórida.

500 mil se reuniram em Dallas

Em todo o país os imigrantes se manifestaram. Fort Lauderdale foi uma das 160 cidades que registraram manifestações de imigrantes contra uma reforma imigratória discriminatória, nesse final de semana. Somente na segunda-feira 136 cidades foram tomadas por manifestantes que, pacificamente
No Arizona, foram 100 mil. Em Atlanta, 50 mil. Em Los Angeles foram mais de 10 mil. Em Dallas, mais de 500 mil.
Miami Dade registrou o brado de mais de 10 mil pessoas. Em Lake Worth, foram 5 mil e em Fort Lauderdale, pouco mais de 300. A proxima grande manifestação estea marcada para o dia 1º de maio. As entidades defensoras dos imigrantes estão convocando uma greve geral.

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