Histórico

Manifestação de brasileiros em Miami atrai pelo menos 300 pessoas

Jovens foram a Biscayne em apoio às famílias no Brasil e planejam segundo evento para 1º de julho

Protesto em Miami

Joselina Reis

Seguindo o mesmo ritmo, porém mais pacífica do que as manifestações no Brasil, pelo menos 300 pessoas reuniram-se em Biscayne Boulevard, coração de Miami, na terça-feira (19) para protestar contra a corrupção no Brasil. Munidos de cartazes em inglês e português, megafone, muitas bandeiras e camisas da seleção brasileira de futebol, o grupo fez muito barulho, mas não atrapalhou o trânsito. A polícia (apenas um policial) manteve-se à distância e não interferiu na movimentação. Depois da aglomeração na Biscayne Boulevard, o grupo seguiu para o American Airlines Arena no momento que o time de basquete do sul da Flórida, Miami Heat, enfrentava o San Antonio Spurs. Os brasileiros cantaram o hino nacional e dispersaram-se sem nenhum incidente com a polícia.

O grupo foi chegando a partir das 5pm e rapidamente outras pessoas se aglomeraram no monumento chamado The Torch of Friendship (A Tocha da Amizade, nome em português). O número de participantes surpreendeu os organizadores. “Estou em choque!”, disse a fotógrafa Débora Rosenn. Ela lembrou que a ideia surgiu domingo (16) a noite em uma conversa com uma amiga brasileira. No mesmo dia, ela organizou uma página no Facebook e chamou o amigo Bruno Contipelli para ajudar, de cinco pessoas que confirmaram presença no domingo, o número cresceu para quase mil interessados em menos de 48 horas.

“Eu estou torcendo para que o pessoal no Brasil consiga alguma mudança”, disse Contipelli, esperançoso de que todo o movimento não seja em vão. Ele acredita que as notícias das manifestações no Brasil tiveram grande influência sobre a participação brasileira fora do país. Além de Miami, cidades como Nova York, Barcelona (Espanha), Coimbra (Portugal) e Londres (Inglaterra) também mostraram seu apoio ao movimento que nasceu no início do mês em São Paulo em protesto ao aumento da tarifa de ônibus, mas desde então tem tomado outros rumos, inclusive com depredações, prisões e gente ferida.

“Não é justo o que está acontecendo por lá. Minha família sofre com a corrupção e violência. Está na hora de acordar”, declarou a estudante Gabriela Solvdernann. Ela garante que resolveu ir para a rua munida da sua bandeira verde e amarela não só pelos vinte centavos a mais na tarifa de ônibus em São Paulo, mas por todos os problemas que o Brasil tem e na esperança de a política no país mude seus rumos.

A animação da brasileira contagiou a amiga, Joana Antunes, que mesmo sendo portuguesa, resolveu participar do movimento também na esperança que as notícias sobre o assunto contagiem os jovens em seu país de origem. “A situação é semelhante em Portugal e por isso me identifico com a causa dos brasileiros. Eu queria que meu povo fizesse o mesmo”, disse a portuguesa.

Durante a manifestação, que tinha hora para começar e para acabar (determinação da polícia de Miami), os brasileiros receberam apoio dos motoristas que trafegavam na movimentada Biscayne Boulevard. A cada buzinada, os manifestantes aumentavam a animação que contou com os tambores da escola de samba Miami Beach Samba School.

Os organizadores do evento, Débora Rossen e Bruno Contipelli, já planejam o segundo evento no dia primeiro de julho em frente ao Consulado-geral do Brasil em Miami. “Tudo depende do ritmo das manifestações no Brasil. Se eles precisarem da gente, nós vamos voltar para rua”, disse Contipelli. O evento chamado de Democracia sem Fronteiras no sul da Flóriada está na página do Facebook: www.facebook.com/#!/events/1383280825219856/?notif_t=plan_user_invited.

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