Histórico

Mercado Imobiliário ganha força na Flórida

Condados de Miami-Dade, Broward e Palm Beach registram aumento consistente na revenda de imóveis

Uma luz no final do túnel para o mercado imobiliário nos Estados Unidos. De acordo com dados da Associação Nacional de Corretores de Imóveis (NAR, na sigla em inglês), a revenda de imóveis subiu 3,6% em junho em relação ao mês anterior, no índice mais expressivo desde outubro de 2008 e o terceiro consecutivo de crescimento. Os números são ainda mais animadores no sul da Flórida: em Broward, por exemplo, o aumento foi de 35% em referência ao mesmo período do ano passado. “O mercado imobiliário parece estar se curando”, avaliou o economista-chefe da NAR, Lawrence Yun.

Boas notícias também chegam dos outros condados da região: Palm Beach registrou 859 vendas de moradias, o que representa um aumento de 15% em relação aos 744 do mês passado, e Miami-Dade o aumento foi de 54%. Especialistas acreditam que este crescimento é devido ao fato de que os compradores estão atraídos pelo mercado de preços baixos e incentivos do governo.

Mas quem quiser fazer um bom negócio deve correr: as estatísticas sugerem que o mercado pode estar chegando próximo à sua consolidação, ou seja, os preços devem subir em breve. A aparente estabilidade pode ser fruto de um número cada vez menor de imóveis em poder de bancos ou instituições financeiras. O preço médio de uma casa em Broward girou em torno de 204 mil dólares.

“A atividade intensa de compradores de primeira viagem (first-time buyers) está ajudando a absorver o estoque e permite que os proprietários façam negócios”, acrescentou Yun, ressaltando que avaliações mal-feitas continuam a prejudicar algumas vendas. Os estoques de imóveis usados caíram 0,7% ao final de junho para 3,82 milhões de imóveis disponíveis para a venda em todo o país. Isto significa que o atual estoque é capaz de atender mais de nove meses de demanda no atual ritmo de venda, abaixo da média de maio.

Opinião de profissionais brasileiros

Para o broker brasileiro Darwin Cruz, da TradeMax Realty, o mercado imobiliário tem motivos para se animar, mas ele considera que ainda não é hora de soltar fogos ou confetes. “Não há dúvida que os dados são positivos, mas eu diria que estou otimista com cautela. A indústria é como um transatlântico, ou seja, pouco ágil e que se movimenta muito devagar. Precisamos analisar as tendências nos próximos meses”, explica.

Segundo o profissional, que tem experiência de mais de uma década neste mercado, há nichos que ainda estão fracos, como os imóveis de luxo – acima de 400 mil dólares por unidade. “A grande procura ainda é por moradias mais baratas”, destaca Darwin. Ele ressalta, inclusive, que muitos negócios estão sendo feitos por investidores, que identificaram boas oportunidades de um setor que passa por uma crise.

Joe Souza, do Grupo MSG, concorda, e no seu dia-a-dia detectou que muitos imóveis estão sendo disputados por vários compradores, o que não acontecia há algum tempo. “Às vezes a venda só é feita para quem aparece com dinheiro vivo, tamanha a disputa”, diz, animado. Ele destaca que os índices vêm num crescendo desde maio e isso certamente serviu como um fator psicológico de efeito em cascata. “Por isso tenho certeza que os números de julho serão ainda mais expressivos e movimentarão ainda mais o mercado”.

Nesse sentido, Joe lembra que a Flórida depende muito do setor imobiliário e o reaquecimento das vendas pode significar o fim de uma crise. “Nosso estado é a menina dos olhos de muitos investidores e de pessoas que vivem em áreas mais frias, especialmente no nordeste do país, que buscam moradias de temporada num local com clima ameno”, finaliza o broker.

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