Histórico

Miami planeja comemorações para quando Fidel morrer

Estádio Orange Bowl já foi reservado, mas autoridades da Prefeitura garantem que acontecerá apenas uma “reunião de amigos”

A cidade de Miami já reservou o estádio Orange Bowl para comemorar a morte do presidente cubano Fidel Castro. As autoridades municipais criaram um comitê para organizar as festividades esperadas para quando o líder comunista vier a falecer. Segundo fontes da prefeitura, a tarefa oficial do grupo é a de “analisar um acontecimento no Orange Bowl em caso de o esperado ocorrer em Cuba”. Preocupadas com a repercussão negativa da notícia, divulgada esta semana em vários jornais do mundo, a Prefeitura se apressou em dizer que planeja apenas uma “reunião de amigos”. De acordo com um comunicado emitido na terça-feira, as autoridades admitem que “qualquer assunto ligado ao presidente cubano Fidel Castro provoca fortes emoções na comunidade”.

As festividades estão sendo planejadas há muito tempo, mas a urgência em se organizar os detalhes surgiu depois que Fidel adoeceu em meados de 2006 e entregou o poder da ilha comunista a seu irmão mais novo, Raúl.

O estádio Orange Bowl é velho conhecido dos exilados cubanos em Miami. Em 1961, foi cenário de um famoso discurso proferido pelo então presidente americano John F. Kennedy, no qual ele prometeu uma “Cuba libre”. E nos anos 80 serviu de acampamento para refugiados do que foi batizado de êxodo naval de Mariel, quando dezenas de milhares de cubanos conseguiram chegar aos Estados Unidos.

“(Fidel) representa todo o mal que se abateu sobre o povo cubano nos últimos 48 anos”, afirmou ao jornal The Miami Herald o vereador Tomas Regalado, um cubano-americano que apresentou a idéia. “Temos que comemorar, sem pensarmos no que ocorrerá depois. Nos livramos do homem!”, disse.

Os planos das festividades pela futura morte de Fidel vêm recebendo críticas por parte de emissoras de rádio hispânicas, já que muitas pessoas preferem celebrar o acontecimento no bairro “Little Havana”, próximo ao centro da cidade e onde se concentra a maioria dos exilados cubanos em Miami.

“Não é um lugar obrigatório”, respondeu Regalado referindo-se ao Orange Bowl. “Apenas um local para que as pessoas se reúnam”.

Ramón Raúl Sánchez, líder da organização Movimento Democracia, teme a maneira como seria recebida a festa por pessoas que não pertencem à comunidade de exilados cubanos. Ele também alerta para o fato de que mesmo quando Fidel morrer, seu governo comunista continuará a funcionar.

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