Painel do senado apóia restrições mais rigorosas depois do bombardeio em Boston
As mudanças que endurecem as regras para concessão de vistos de estudantes depois das bombas que explodriam na maratona de Boston no mês passado foram aprovadas esta semana como parte do extenso projeto de lei de imigração que está sendo votado no Comitê Judiciário do Senado.
Os senadores navegaram através das 844 páginas do projeto de lei rechaçando as tentativas lideradas pelos republicanos para consertá-lo de modo a desestabilizar o delicado compromisso alcançado pelo grupo bipartidário de senadores que comandou o esforço.
A longa reunião no Comitê Judiciário do Senado revelou como um grupo central de republicanos da Câmara aumentou o volume contra a legislação, que muitos veem como a melhor oportunidade em uma geração para reformular as leis de imigração.
Uma coisa que os membros do comitê concordaram foi em reprimir as fraudes com os vistos de estudante após as bombas que explodiram na Maratona de Boston.
Os senadores aprovaram as emendas propostas pelo senador Chuck Grassley (R-Iowa), exigindo que os oficiais de imigração sejam imeditamente notificados quando um visto de estudante expirar.
Um dos estudantes acusados de obstruir a justiça no caso de Boston, Azamat Tazhayakov, foi autorizado a entrar nos EUA em janeiro, embora seu visto já tivesse expirado. No passado, havia 30 dias de tolerância para que o estudante corrigisse seu status quando o visto tivesse expirado.
“Isto cobrirá uma brecha verificada no trágico bombardeio na Maratona de Boston”, disse o senador Charles Schumer (D-NY).
Outra emenda endurecerá as penalidades para as instituições educacionais comprometidas com as fraudes nos vistos de estudante e apertará as exigências para as escolas de pilotagem, como aquela usada pelos sequestradores em 11 de setembro de 2001.
Mas os senadores rejeitaram duas emendas do senador Jeff Sessions (R-Alabama) que exigiriam um sistema biométrico de saída de vistos, argumentando que os custos e a logística, especialmente para os aeroportos, seria insuportável.
Vistos para trabalhadores estrangeiros
Na maior parte do tempo, consumiu-se tempo discutindo os níveis de imigração que seria permitida, particularmente no caso dos trabalhadores altamente qualificados como as empresas de tecnologia que empregam imigrantes e exerceram suas influências políticas no debate de imigração.
O debate mostrou a profunda divisão filosófica dentro do Partido Republicano sobre se os trabalhadores imigrantes ajudam ou prejudicam a economia.
Sessions, um forte opositor da reformulação da imigração, pede que haja um limite para os recém-chegados, argumentando que eles achatarão ainda mais o salário dos trabalhadores americanos e pegarão empregos de americanos. “Você pode ter muitos trabalhadores num país e isto pode impactar os salários de maneira desfavorável”, analisou o senador por Alabama.
Do outro lado, estava Ted Cruz (R-Texas) um filho de imigrantes alinhado com o Tea Party, que deseja reforçar o número de vistos para trabalhadores nas áreas de alta tecnologia em 500 por cento..
As duas tentativas foram rejeitadas quando quatro dos senadores do bipartidário Grupo dos Oito, que redigiram o projeto de lei e compõem o Comitê, votaram juntos para se oporem às mudanças. “O que tentamos fazer, todos nós da base bipartidária, é se manter nesta linha central”, disse o senador Dick Durbin, D-Illinois, integrante do grupo.
As tensões explodiram algumas vezes no enorme salão de audiências, que estava lotado de grupos de direitos pró-imigração, inclusive os Dreamers, pessoas que foram trazidas ao país quando menores e agora são adultos sem status legal.
O senador Patrick Leahy (D-VT), presidente do Comitê Judiciário, persuadiu os senadores a serem breves, enquanto alertava sobre uma sessão no sábado se o comitê não finalizar seu trabalho esta semana.
O projeto de lei completo de imigração envolve complexas decisões políticas, incluindo controle mais rigoroso na fronteira e novos programas de trabalhador convidado em troca de um caminho para a cidadania, em 13 anos, para cerca de 11 milhões de pessoas que estão nos EUA após terem entrado ilegalmente ou ter deixado o visto expirar sem retornar aos seus países de origem.
