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Novo CD de Antonio Adolfo é sucesso de crítica

Finas Misturas já consta nos primeiros lugares das listas dos mais executados no gênero Brazilian Jazz

Novo CD de Antonio Adolfo é sucesso de crítica

O pianista e compositor Antonio Adolfo é um dos ícones do jazz brasileiro há mais de 40 anos. Para quem não sabe, ele compôs, em parceria com Tibério Gaspar, grandes sucessos para a MPB como Sá Marina, BR 3, Teletema e Juliana, canções que realmente conquistaram o público brasileiro nas décadas de 60 e 70.

Depois desta fase, o maestro passou a se dedicar mais ao jazz instrumental, dando vazão ao seu lado de criação e procurando fundir ritmos brasileiros como baião, samba, bossa nova, toada aos arranjos melódicos do jazz americano com seus fraseados que privilegiam o virtuosismo do instrumentista.

A mistura não poderia ser mais feliz. Algumas vezes, ele convida a filha Carol Saboya a participar do disco. Carol, com sua voz melodiosa, compõe o conjunto como se sua voz fosse mais um instrumento. Em seus mais recentes discos Chora Baião e Lá e Cá, produzidos pelo próprio maestro , a cantora mostra como é possível integrar-se perfeitamente ao ritmo comandado por seu pai, que tem como acompanhantes músicos de alta qualidade.

Em Finas Misturas (Fine Mixtures), Adolfo mistura composições suas com alguns clássicos notáveis do jazz e aplica seus arranjos excepcionais e método de interpretação próprio para dar vida a este mix. O resultado é uma coleção de dez peças quatro composições originais e seis clássicos do jazz — que se fundem, formando uma suíte brasileira com um swing próprio.

Adolfo aplica sua receita à nervosa e exigente “Giant Steps,” de John Coltrane, com o violão acústico de Claudio Spiewak fazendo um bom dueto com o saxofone de Marcelo Martins. O pianista também encanta em “Naima”, também de Coltrane, aliviando a gravidade da composição das duas obras e Coltrane. “Con Alma”, de Dizzi Gillespie, combina perfeitamente com o programa de Adolfo, ilustrando o que pode ser feito para atualizar a perfeição, enquanto a própria composição de Adolfo “Três Meninos” casa bem com “Crystal Silence” de Chick Corea e “Time To Remember” de e Bill Evans, fechando o disco Finas Misturas em grande estilo.

Finas Misturas tem as faixas Floresta Azul, Balada, Mistruando e Três Meninos, todas de Antonio Adolfo; Giant Steps e Naima, de John Coltrane; Con Alma, de Dizzy Gillespie; Memories of Tomorrow, de Keith Jarrett; Crystal Silence, de Chick Corea e Neville Porter, e Time Remembered, de Bill Evans.

O grupo é formado por Antonio Adolfo, no piano; Leo Amuedo, guitarra elétrica; Claudio Spiewak: violão acústico; Marcelo Martins, saxofone e flauta; Jorge Helder: contra-baixo, e Rafael Barata, bateria e percussão.

Caminhos próprios

Adolfo foi pioneiro a se livrar do jugo das grandes gravadoras e partiu para a produção própria. Conforme destaca o conceituado crítico musical Tárik de Souza no site oficial de Antonio Adolfo, “ele gravou neste sistema tanto material próprio (até música para crianças, a peça Astro Folias e Passa passa passará) quanto promoveu revisões de Ernesto Nazareth e Chiquinha Gonzaga, de pianeiro para pianeiros. Era o sinal de que como intérprete (vide sua incrível participação no III Free Jazz, no comando de três módulos de diferentes escolas da música instrumental), ele atingiu uma posição rara: a do criador contemporâneo que domina a linguagem da atemporalidade.

Desde 1985, Adolfo vem dedicando-se à sua escola de música, o Centro Musical Antonio Adolfo, além de participar em eventos internacionais como músico e educador, sem deixar de lado sua carreira como intérprete. Recebeu dois Prêmios Sharp por seus trabalhos Antonio Adolfo e Chiquinha com jazz, respectivamente. Aqui no sul da Flórida ele mantém uma unidade do Centro Musical Antonio Adolfo, que funciona na cidade de Hollywood, no sul do condado de Broward.

Demonstrando seu multitalento e a dedicação à música, ele foi autor de material didático, e lançou no Brasil sete livros pela editora Lumiar, além de um vídeo-aula e dois livros sobre música brasileira no exterior. Durante oito anos foi o representante do IAJE (International Association For Jazz Education) para a América Latina.

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