Histórico

Número de imigrantes mortos em naufrágio passa de 150

Refugiados da Líbia estavam a caminho da Itália

Equipes de busca da guarda costeira italiana estão sem esperanças de encontrar com vida mais de 150 refugiados que estavam numa embarcação que afundou esta semana perto da ilha de Lampedusa, em águas maltesas. O acidente revela a situação caótica do norte de África, em que a emigração é a única saída para cidadãos de países que estão em guerra civil.

A maior parte das vítimas do naufrágio vinha da Líbia, conforme contaram os cerca de 50 sobreviventes resgatados em meio ao mar revolto. “Esta tragédia poderia ter sido evitada”, lamentou o sacerdote Mussie Zerai, fundador da organização humanitária Habeshia, dedicada aos refugiados africanos, em Roma, capital da Itália. O religioso criticou duramente a atitude da Europa, que optou por bombardear a Líbia antes da retirada de milhares de eritreus, somalis e etíopes que lá vivem no país há anos em campos de refugiados das Nações Unidas.

O sul da Itália recebeu, nos últimos dois meses, mais de 20 mil imigrantes africanos, especialmente da Tunísia, que escaparam da revolta em seu próprio país. A situação é tão crítica que o próprio primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, comparou o êxodo africano em direção à costa italiana de “tsunami humana”.

O acidente da última quarta-feira aconteceu porque a balsa, de apenas 13 metros de comprimento, estava superlotada e não resistiu às altas ondas provocadas por uma tempestade. Há três semanas um barco com 35 imigrantes vindos da Tunísia também naufragou a caminho do continente europeu. Segundo a associação humanitária Fortress, 3.616 pessoas morreram no mar Mediterrâneo entre 2006 e 2008 tentando chegar à costa europeia.

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