Histórico

Número de transplantes em alta depois da morte de Eloá

Famílias que concordam com a doação de órgãos subiu para 62%

Diz-se que de há algo de bom em toda a tragédia. No caso da morte da estudante Eloá Pimentel, de 15 anos, assassinada pelo ex-namorado Lindemberg Alves, em Santo André (no ABC Paulista), o aspecto positivo foi o aumento do número de transplantes de órgãos em São Paulo, em mais de 34%. A adolescente teve a morte cerebral constatada no dia 19 de outubro e sua família decidiu pela doação de seus órgãos.

Para o cirurgião Tércio Genzini, do Hospital Beneficência Portuguesa, o aumento dos transplantes e o ato da família da jovem estão diretamente ligados. “Doação tem que ser assunto do cotidiano, e um fato desse faz com que as pessoas falem mais sobre isso”, disse o médico. Segundo a Central de Transplantes do Estado de São Paulo, depois do caso Eloá a porcentagem de famílias que concordam com a doação de órgãos de seus parentes mortos subiu para 62% dos casos em outubro deste ano. Em setembro, metade das famílias dizia sim às doações.
Para o coordenador da Central de Transplantes, Luiz Pereira, falta gente treinada para diagnosticar a morte cerebral de um paciente. Apenas nesta situação os órgãos podem ser doados. “Hoje tem mais de 12 mil pacientes aguardando por transplante”, disse Pereira. Para ele, mais treinamento poderia salvar milhares de vidas. “Não temos esperança de que não tenha mais fila, isso não ocorre em pais nenhum do mundo, mas é possível atender ainda mais esses pacientes em lista de espera.”

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