Histórico

Obama confirma que vai agir sozinho e legalizar parte dos imigrantes indocumentados

Presidente disse que vai tomar uma decisão com ou sem Congresso durante as férias (nos próximos 30 dias)

DA REDAÇÃO COM CNN

“Enquanto eles `os congressistas` estão de férias eu vou ter que tomar alguma decisão, com ou sem o Congresso”, disse o presidente Barack Obama na tarde de segunda-feira (4) em entrevista coletiva na Casa Branca. O discurso do presidente deixou a comunidade latina ainda mais otimista com a possibilidade de que ele assine algum tipo de ordem executiva possibilitando que pelo menos de 4 a 6 milhões dos 11 milhões indocumentados trabalhem nos EUA sem medo de serem deportados.

Barack Obama mais uma vez ‘puxou a orelha’ dos republicanos pela intransigência em não resolver o problema e pela falta de cooperação em trabalhar no projeto de lei aprovado pelo Senado (dominado pelos democratas) em junho de 2013. “Eles estão sentados nessa lei há mais de um ano e não fizeram esforço nenhum para colaborar. Ao invés disso, tentaram aprovar uma lei, antes de sair para o recesso, que, com certeza, não iria adiante. Antes de sair de férias eles mesmos deixaram a entender que eu deveria fazer alguma coisa, o que é uma contradição, já que há alguns dias eles falavam em me processar se eu fizesse alguma coisa sozinho. Neste caso, eu vou ter que tomar uma decisão durante as férias para resolver o problema”, afirmou Obama.

Os republicanos tentaram na sexta-feira (1), último dia de trabalho do Congresso antes do recesso até o dia 8 de setembro, passar um texto para reforçar a fronteira, mas não conseguiram aprovação. A medida também visava facilitar a deportação das crianças que vêm atravessando em massa a fronteira com o México desde outubro do ano passado.

Alguns especialistas viram com atenção o discurso do presidente. As últimas pesquisas de opinião mostram que a rejeição ao governo Barack Obama tem aumentado devido ao impasse sobre a imigração. Quarenta e cinco por cento dos americanos disseram que Obama tem passado dos limites ao assinar medidas provisórias que facilitem a vida dos imigrantes indocumentados em 2013, e uma pesquisa do Washington Post mostrou que 30% desaprovavam a demora na aprovação de uma reforma imigratória.

Obama afirmou que precisa de mais recursos para garantir a segurança na fronteira e que o pouco que sua administração tem feito – isso inclui a deportação em massa de crianças acompanhadas de volta para seus países de origem na América Central – já tem ajudado a diminuir o número diário de chegada de menores ao país. A deportação de crianças indocumentadas é algo que os republicanos também concordam, porém os dois lados divergem quanto às crianças desacompanhadas. Os democratas querem que elas passem por um processo judicial, já os republicanos querem a deportação sumária. “Ao invés de trabalhar na parte que concordamos sobre a imigração, cerca de 80% do problema, os republicanos tentam ações que não vão chegar a lugar algum”, reclamou o presidente.

Os mais céticos sobre a provável medida executiva que Obama deve assinar nos próximos 30 dias lembram que uma ação solitária do presidente não é a mesma coisa que uma lei aprovada e assinada pelo Congresso. Eles afirmam que há riscos políticos muito grandes se o presidente assinar alguma medida de alívio aos imigrantes indocumentados, principalmente a 3 meses de eleições estaduais (novembro de 2014). O perigo é a possibilidade do eleitor irritado com Obama não manter o domínio democrata no Senado e manter o domínio republicano na Câmara Federal.

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