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Obama: haverá uma resposta internacional contundente contra Síria

Discordância entre membros do Conselho de Segurança da ONU pode ggerar um impasse

DA REDAÇÃO COM EFE — O presidente amricano, Barack Obama, assegurou nesta quarta-feira (28) que ainda não tomou uma decisão sobre como responder ao regime sírio de Bashar Assad, mas garantiu que haverá uma resposta internacional “contundente” por seu suposto uso de armas químicas contra a população.

O presidente delineou em uma entrevista para a televisão pública PBS as bases desta “resposta internacional” e as razões para esta reação, baseadas no fato de o governo sírio não só ter quebrado “normas internacionais” como também por usar armamento químico, “criando uma situação que afeta a segurança nacional” dos Estados Unidos.

O presidente assegurou não ter interesse “em um conflito com final aberto na Síria” ou “uma repeti ção do Iraque” e que, se optar finalmente por um ataque, será “limitado” e enviará a mensagem a Assad de que não pode voltar a recorrer a armas químicas no conflito civil de mais de dois anos que vive o país.

“Isto pode ter um impacto positivo em nossa segurança nacional a longo prazo e pode ter um impacto positivo no sentido de que as armas químicas não voltarão a ser usadas nunca mais contra civis inocentes”, justificou Obama.

Na entrevista, o presidente se mostrou preocupado com a possibilidade de que as armas químicas na Síria caiam nas mãos de “organizações terroristas” e lembrou que existe a possibilidade de que este armamento “seja usado contra nós”, argumentos previsivelmente dirigidos para convencer a opinião pública americana.

O mandatário garantiu que seu governo concluiu que o regime de Assad é responsável pelo ataque químico em grande escala em 21 de agosto passado em várias zonas próximas a Damasco, e por isto terá que prestar contas.

O governo dos Estados Unidos se prepara para divulgar suas próprias provas contra o regime de Assad, que justificariam uma intervenção militar, mesmo sem haver respaldo do Conselho de Segurança da ONU.

O Departamento de Estado deixou claro que não espera um compromisso dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (EUA, Reino Unido, França, Rússia e China) sobre uma resolução que respalde uma “resposta significativa” à Síria, depois de o Reino Unido ter apresentado na quarta (28) um esboço para fundamentar a intervenção.

A porta-voz adjunta do Departamento de Estado, Marie Harf, revelou que na reunião dos membros permanentes do Conselho de Segurança sobre a Síria, “a Rússia foi a mais intransigente”, e que a China abandonou o encontro juntamente com o representante de Moscou.

“O Conselho de Segurança deveria enfrentar suas responsabilidades e condenar estes atos (os ataques com armas químicas) e pedir uma resposta internacional robusta”, exigiu Harf. “Continuaremos as consultas e tomaremos as ações apropriadas para responder à Síria nos próximos dias”, advertiu.

No entanto, a possível intervenção pode ser retardada com a mudança na estratégia do Reino Unido que agora diz querer esperar as conclusões da investigação dos especialistas das Nações Unidas que ainda continuam na Síria sobre os ataques.

O Departamento de Estado diminuiu as expectativas sobre as conclusões dos inspetores das Nações Unidas que viajaram para as zonas das cercanias de Damasco afetadas pelo ataque químico há uma semana, que causou centenas de mortos.

“Acreditamos ser muito tarde para que a inspeção das Nações Unidas seja confiável, em função do dano causado pelo bombardeio intensivo da artilharia nas zonas afetadas, e vamos tomar nossas próprias decisões sobre uma resposta, com nossos tempos”, indicou Harf.
Os meios americanos dão como certo que Washington atuará militarmente com o respaldo de seus parceiros da OTAN, que publicamente se mostraram de acordo.

Segundo a rede CNN, o relatório com as supostas provas preparadas pelos Estados Unidos e que inclui detalhes obtidos pelos serviços de inteligência já foi entregue a membros do Congresso americano.

Cento e quatorze legisladores lembraram Obama que ele violará a Constituição se não pedir antes a autorização do Congresso para realizar bombardeios específicos na Síria.

Provavelmente, estes ataques durarão apenas três dias e serão feitos com mísseis lançados desde o mar Mediterrâneo ou com bombardeios aéreos, e terão o objetivo de “castigar” Assad, mas não o de derrubá-lo.

Por seu lado, o presidente da Câmara de Deputados, o republicano John Boehner, criticou a falta de consultas de Obama ao Congresso e pediu explicações claras antecipadas sobre um plano de intervenção.

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