Histórico

Ocidente prepara sanções ao Irã

Decisão frustra governo brasileiro, que havia servido de intermediário para acordo

De nada adiantou a viagem do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ao Irã para intermediar um acordo com o governo local sobre o programa nuclear do país islâmico. As potências nucleares já aprovaram um rascunho da resolução de sanções a ser importa sobre o governo do líder Mahmoud Ahmadinejad. A notícia foi dada pela secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, confirmando que recebeu o apoio também da China e da Rússia, que estavam relutando em aplicar as medidas.

Enquanto reconhecemos os esforços de Brasil e Turquia para encontrar uma solução a respeito dos desafios que o Irã faz à comunidade internacional, precedemos com o estudo de sanções que ao nosso ver enviará uma mensagem sobre o que esperamos do país, disse Hillary, que apresentou a proposta ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

No início da semana, Irã, Brasil e Turquia selaram um pacto que prevê a troca de urânio enriquecido de Teerã por material atômico pronto para ser usado no reator de pesquisas. O acordo levantou dúvidas sobre a viabilidade do pacote de sanções – o quarto a ser aplicado sobre a República Islâmica – já que várias nações o consideraram um passo positivo na crise nuclear do país. A maioria dos países ocidentais, porém, acha que o acordo não impediria a aplicação das resoluções muitos não acreditam que o Irã deixará de enriquecer urânio a níveis mais altos.

O governo iraniano criticou a decisão e acusou o ato dos Estados Unidos e das potências aliadas como ilegítimo. Isso rompe com os avanços obtidos pelo acordo mediado por Brasil e Turquia, disse um representante do governo do Teerã. E, colocando lenha na fogueira, o diretor da Organização de Energia Atômica iraniana, Ali Akbar Salehi, colocou os emergentes em rota de colisão com as nações desenvolvidas. Esta foi a primeira vez que os países emergentes tentam defender seus direitos no cenário internacional sem necessidade de recorrer às grandes potências e de nada valeu, disse a autoridade iraniana.

De fato, a embaixadora do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti, deixou claro que o país está insatisfeito com as sanções contra o Irã. O chanceler Celso Amorim disse até que irá reagir dentro do Conselho. Lula, por sua vez, fez um apelo ao Conselho de Segurança, no sentido de que seja tentada mais uma negociação com o presidente Ahmadinejad. Senão, vamos voltar à estaca zero, disse o brasileiro.

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