Histórico

Os brasileiros são os novos bandeirantes americanos

Povos dos Estados Unidos e Brasil são bastante parecidos em sua formação demográfica

Joel Stewart

A história do desenvolvimento dos EUA conta com a experiência de diversos imigrantes, que chegaram em diferentes épocas, de culturas diversas e por motivos distintos.

Os primeiros a chegar foram os puritanos, principalmente da Inglaterra, que queriam estabelecer novas colônias, ou até fugir de governos opressores.

As primeiras 13 colônias ganharam a independência quando sentiram uma nova opressão cultural e financeira por causa dos reis ingleses que pediam muitos tributos. Porem, tudo começou a mudar à época da escravidão que continuou até quando Abraham Lincoln a aboliu, pouco antes do final da guerra civil.

No século XIX, ondas de imigrantes chegaram de outros países, ainda para começar uma nova vida num ambiente positivo para criar uma família, e no século XX a imigração à America se intensificou com as duas guerras mundiais.

Neste sentido, o desenvolvimento dos EUA é diferente em comparação com a história de alguns países latino-americanos, onde principalmente os primeiros bandeirantes queriam levar a riqueza de volta para Portugal e Espanha.

Voltando ao assunto, os americanos hoje em dia podem ser separados em três grupos: (1) imigrantes de descendência puritana e protestante que moraram nas 13 colônias, mas depois se mudaram em grandes números para o oeste com a conquista das terras indígenas; (2) os imigrantes mais recentes que chegaram de todos os países do mundo com culturas e religiões diferentes que geralmente preferem morar na periferia do país; e (3) os descendentes dos escravos que com o passar do tempo mudaram das fazendas antigas no sul para outros estados mais industrializados. Estes são os americanos hoje em dia.

Os brasileiros contam com imigrantes que chegaram mais recentemente do que a maioria de outros povos, e em geral são bem recebidos. Mas é importante entender que a América sofre de xenofobia, ou seja, o medo de estrangeiros. Embora muitos americanos sejam objetivos e compreendam o valor do comércio e intercâmbio internacional, alguns não sentem assim e têm medo de novos imigrantes desembarcando em grandes números. Na opinião destes americanos, os estrangeiros vêm aproveitar-se dos serviços sociais e tomar trabalho de americanos que nasceram aqui ou vêm para cá cometer crimes.

O fato de ter mais de 10.000.000 pessoas sem documentos morando aqui sem uma anistia é um exemplo da xenofobia, e também da má experiência que americanos tiveram com a anistia de 1986 que criou oportunidades para fraudes que continuam até hoje por pessoas que dizem terem colhido pepinos antes de 1986 (Lulaquences) mesmo que tenham chegado depois e nunca tenham trabalhado na agricultura.
Os deputados federais e alguns senadores representam americanos conservadores que estão contra a ideia de abrir o país às demais pessoas que querem morar aqui, pois pensam não haver espaço para todos. Engraçado e triste que entre os que não querem admitir mais imigrantes são imigrantes que chegaram e ganharam a residência permanente ou juraram a bandeira, mas agora gostariam de fechar a porta para os outros.

Neste tempo de crise financeira e falência de países como Grécia, Espanha e outros, o futuro da União Européia está em dúvida. Entre os países BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil parece ser o país mais certo, e os americanos estão começando entender que outros países têm bons mercados, investidores e alguns imigrantes podem contribuir para o bem estar do país

Com muitos países despertando, os imigrantes continuam a chegar, entre eles, os brasileiros. Vejo muito em comum entre os brasileiros e os americanos, sendo que a maioria de brasileiros que conheço aprecia a possibilidade de abrir empresas nos EUA, trabalhar honestamente para ganhar bem, e educar os filhos, bem como os primeiros bandeirantes puritanos. Como se nota, nada mudou nestes 350 anos!

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