Histórico

Outro republicano da Câmara apoia reforma

Objetivo é que o projeto de lei de imigração seja votado no plenário da Câmara ainda este ano

DA REDAÇÃO COM AP — Os democratas da Câmara de Deputados que estão empurrando uma reforma integral ao sistema de imigração conseguiram o apoio de um terceiro membro do Partido Republicano nesta quarta-feira (30).

Novato no Congresso, o deputado David Valadao da Califórnia disse que apoiaria um projeto que preveja a possibilidade de que os 11 mihões de imigrantes que aproximadamente vivem no país sem autorização legal possam optar pela cidadania americana. A iniciativa, além disto, reforça a segurança na fronteira.

Assim, Valadao une-se aos parlamentares republicanos Jeff Denham, da Califórnia, e Ileana Ros- Lehtinen, da Flórida, que já haviam anunciado o apoio a um projeto apresentado por vários democratas na Câmara de Deputados.

Valadao disse que seu apoio à iniciativa tem como propósito aumentar a pressão sobre os líderes republicanos da Câmara Baixa para que assim comecem a trabalhar no tema antes que termine o ano. O Senado aprovou um projeto de reforma integral em junho, mas as perspectivas continuam sendo poucas para que seja votado na Câmara, pois restam apenas poucas semanas para que termine o período legislativo deste ano.

“Tenho trabalhado com meus colegas de ambos partidos para encontrar um terreno comum no tema da reforma imigratória”, disse Valadao em um comunicado. “Recentemente, concentrei meus esforços em unir-me aos republicanos que têm ideias afinadas com a minha e em organizar e demonstrar aos líderes republicanos que temos um amplo apoio na Câmara para abordar a reforma imigratória antes do final do ano”.

Valadao disse também que a Câmara Baixa não pode esperar mais tempo para tratar deste problema.

Resistência dos opositores

A maioria dos republicanos da Câmara rechaça um enfoque integral (que todos os temas problemáticos de imigração sejam tratados e legislem em uma só lei), assim como o projeto de lei do Senado, porque muitos deles questionam a possibilidade de dar a cidadania americana a pessoas que violaram as leis de imigração de Estados Unidos quando entraram ou ao permanecer no país sem a autorização devida.

A comissão judiciária da Câmara de Deputados avançou aprovando projetos de lei que só tratam de temas em particular.

Apesar dos líderes republicanos da Câmara dizer que querem resolver o problema imigratório, que se converteu em um lastro político para seu partido, muitos representantes deste grupo político, de alcance baixo e médio, mostraram pouco interesse em aprovar esta lei.

A amarga disputa que os republicanos da Câmara tiveram com o presidente Barack Obama sobre a aprovação do orçamento e de um novo teto da dívida enfureceu ainda mais os conservadores deste partido que têm resistido até mesmo a um pequeno progresso em matéria de imigração que permitirá a Obama levar adiante a reforma, identificada como a política pública prioritária de sua agenda doméstica em seu segundo mandato.

Vários republicanos da Câmara resistem a aprovar uma nova lei imigratória que seja discutida em uma comissão intercameral com o Senado por medo de perder nas negociações finais que se antecipam.

O projeto de lei aprovado pelo Senado, fortemente respaldado pela Casa Branca, inclui a apropriação e designação de milhões de dólares para a segurança fronteiriça, um novo sistema de imigração legal que permita a milhares de trabalhadores qualificados e não qualificados entrarem no país e a possibilidade para 11 milhões de imigrantes que vivem ilegalmente no país de naturalizar-se em cerca de 13 anos.

Fronteira mais segura

Por sua vez, o projeto de lei de origem democrata na Câmara de Deputados não incluiu o dinheiro proposto para a segurança da fronteira como determinou a iniciativa do Senado e o substitui com uma versão aprovada pela comissão de Segurança Nacional daquela Câmara.
Esta iniciativa, respaldada pelos republicanos conservadores e pelos democratas liberais da comissão, requer que o secretário de Segurança Nacional desenvolva uma estratégia para assumir o controle operacional da fronteira em cinco anos e que elabore um plano para implantar esta estratégia.

Também convoca o Gabinete da Procuradoria, uma auditoria do Congresso e sua divisão investigativa, a supervisionar as medidas que serão adotadas.

Este projeto de lei não prevê a designação de novos gastos, ao contrário da proposta do Senado, que inclui 46 bilhões de dólares para comprar aviões, helicópteros e tecnologia e para dobrar a quantidade de agentes que patrulham a fronteira com o México, assim como a construção do muro fronteiriço em centenas de quilômetros.

A líder democrata Nancy Pelosi da Califórnia declarou-se otimista apesar de não ter havido nenhum esforço evidente por parte dos líderes republicanos da Câmara para avan¬çar em direção a uma votação sobre os projetos de reforma imigratória.

“Se esta iniciativa de lei for levada ao plenário da Câmara, ou um projeto de lei que seja positivo avançar, mesmo que não atenda a todos os princípios de nossa proposta, nos obriga a discuti-lo em uma comissão entre Senado e Câmara de maneira positiva; isto nos deixará bem entusiasmados”, disse Pelosi à imprensa. “Como disse ao presidente da Câmara, ‘faça como você quiser, mas faça-o’”.

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