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Palestra para a comunidade brasileira vai abordar a situação das vítimas de tráfico humano

Pode parecer exagero, mas ao redor do mundo aproximadamente 800 mil pessoas são vítimas de tráfico humano a cada ano, sendo que entre 14.500 e 17.500 destes crimes acontecem nos Estados Unidos, de acordo com o Departamento de Estado americano. São homens, mulheres e crianças, que vêm para a América vindos principalmente de países da Ásia e América Latina, atraídas pela oportunidade de melhoria de vida num país de Primeiro Mundo. Segundo o Informe Global da Organização Internacional do Trabalho (OIT), grande parte dos casos está ligada à exploração sexual, mas pelo menos um terço dessas pessoas são vítimas de tráfico por motivos econômicos.

Na avaliação da OIT, a falta de informações sobre a oferta de trabalho no estrangeiro e o fato de que os imigrantes dependerem de intermediários são fatores importantes que levam ao trabalho forçoso no exterior. “Imigrantes que conseguem obter êxito recorrem normalmente mais a meios legais ou a pessoas de confiança, enquanto que a maioria das vítimas de trabalho forçoso cai nas garras de intermediários que se aproveitam da ignorância dos migrantes”, diz o Informe Global.

Por isso, o National Human Trafficking Resource Center está percorrendo o país para alertar a população sobre a incidência cada vez maior de reféns destes exploradores. E, numa parceria com o Ministério Multicultural de Língua Portuguesa da Igreja Presbiteriana, eles estarão em Pompano Beach para uma palestra voltada aos brasileiros: será no dia 12 de novembro, na Cypress Presbyterian Church (950 S. Cypress Road). “Precisamos alertar à nossa gente que esse é um problema sério e pode ser evitado”, disse a pastora Eliane Menezes, que acredita na existência de casos assim na comunidade, especialmente entre as empregadas domésticas.

O roteiro é sempre o mesmo: a pessoa é recrutada no país de origem com a promessa de um emprego fixo e boa remuneração, mas a realidade é outra bem diferente. Além disso, não são raras as vezes em que a vítima se endivida com despesas da viagem, regularização de visto e outros pagamentos extras, fazendo com que fiquem reféns dos exploradores – e com medo de abrir a boca.
Segundo ela, as vítimas de tráfico humano aqui nos EUA normalmente não falam inglês e só recebem permissão de sair de perto de seus exploradores para ir à igreja. Por isso ela destaca a importância de se identificar estas situações. “Existem alguns indicativos e qualquer pessoa pode solicitar ajuda se desconfiar de tais ocorrências”, afirmou Eliane, que chamou as vítimas deste crime de “escravos da era moderna”. Entre os ‘sintomas’ estão, por exemplo, a falta de liberdade para ações básicas, as ameaças constantes e o vínculo permanente com o empregador. Mais informações pelo e-mail emenezes@tfpby.org.

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