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Parlamentares já discutem as bases de uma ampla reforma imigratória em 2013

Imigrantes terão que passar por teste de inglês e pagar impostos antes que possam ser beneficiados

 Parlamentares já discutem as bases de uma ampla reforma imigratória em 2013

Depois de uma eleição em que o voto hispânico foi decisivo para a permanência de Barack Obama na presidência, democratas e republicanos começam a apresentar diversas alternativas para uma reforma imigratória. 

Membros do Congressional Hispanic Caucus, grupo de legisladores democratas hispânicos na Câmara e no Senado federais, deram uma entrevista coletiva na quarta-feira (28) para delinear os princípios básicos de uma ampla reforma imigratória.

O parlamentar democrata Luis Gutierrez, do Illinois, disse que o grupo tem trabalhado desde 2004 para levar ao Congresso uma reforma que ajuste as leis de imigração do país, mas que os republicanos “demonizaram” os imigrantes em vez de considerar a reforma.

“Por causa da estagnação no Congresso, boa gente, que somente quer uma chance de trabalhar duro, ajudando a comunidade e mantendo sua família unida, foi forçada a viver nas sombras, foi forçada a contornar nosso sistema de leis porque não encontraram um caminho através dele”, disse o democrata.

As bases estabelecidas pelos democratas requerem que o imigrante indocumentado apresente-se ao governo para registrar-se, que passe num teste de inglês e pague impostos antes que possa candidatar-se para a cidadania americana.

O senador democrata Robert Menendez disse que os Estados Unidos se beneficiarão com a saída dos 11 milhões de indocumentados da clandestinidade. “A reforma tem razões econômicas e também é uma questão de segurança nacional. Eu não tenho como discernir entre quem está aqui atrás do ‘Sonho Americano’ e quem está aqui para nos causar algum mal, a não ser tirando essas pessoas da sombra e as registrando oficialmente,” disse.

Na terça (27), três senadores republicanos apresentaram a sua versão para um projeto de reforma imigratória, conhecida como o “Achieve Act”, que abriria uma via para a residência permanente mas não a cidadania para alguns jovens imigrantes que servem às Forças Armadas ou frequentam universidades americanas.

A senadora republicana, em fim de mandato, Kay Bailey Hutchinson, do Texas, disse que a proposta do seu partido não dará preferência aos imigrantes que chegaram aqui ilegalmente sobre os que vieram pelas vias legais.
“Eles `imigrantes ilegais` não vão furar a fila, vão ter que ir para o fim dela.”

Hutchinson e o também senador republicano em fim de mandato, Jon Kyl, disseram que é melhor lidar com o difícil problema imigratório por etapas, em vez de tentar resolver tudo de uma vez com uma ampla reforma no sistema.

Os parlamentares democratas rejeitaram a proposta republicana, dizendo que ela não ajudaria muito os jovens imigrantes. Mas Gutierrez reconheceu o esforço. “É um pouco tarde para isso. Mas certamente assinala uma mudança de atitude com relação ao que eles pregavam durante a campanha, quando diziam que a auto-deportação seria uma solução”, comentou o senador, lembrando a resposta do candidato republicano derrotado Mitt Romney, sobre o que faria com os 11 milhões de trabalhadores indocumentados. Romney sugeriu aos imigrantes que se auto-deportassem caso ele fosse eleito.

Vários líderes republicanos têm afirmado que o partido precisa reformar o seu próprio conceito sobre a questão imigratória, caso queria ter sucesso nas futuras eleições. O senador republicano Marco Rubio, da Flórida, disse que é muito difícil fazer as pessoas pensarem em problemas como crescimento econômico, impostos ou saúde, quando elas têm medo de que você deporte a avó delas.

O republicano John Boehner (House Speaker líder na Câmara Federal) já afirmou que tem certeza de que haverá um acordo entre o Congresso e Casa Branca, no próximo ano, para promover uma ampla reforma imigratória.

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