Histórico

Passeatas pela reforma imigratória em outubro

Imigrantes sairão às ruas em mais de 60 cidades e declaram a data como o “Dia Nacional pela Dignidade e Respeito”

Com dois objetivos em mente pressionar a Câmara de Deputados para que aprove uma reforma imigratória com caminho para a cidadania e proteger as famílias imigrantes das deportações -, organizações nacionais que defendem os direitos dos imigrantes voltarão às ruas entre 5 e 8 de outubro em mais de 60 cidades dos Estados Unidos.

Os organizadores dizem que não recuarão e que continuarão pressionando os parlamentares para que debatam e aprovem uma reforma ampla no decorrer de 2013.

Durante o recesso legislativo de verão, organizações realizaram reuniões, passeatas, caminhadas e encontros em pelo menos 30 estados para convencer a liderança republicana que debata um plano similar ao do Senado aprovado no final de junho.

Amplo apoio

O movimento que organiza as passeatas de outubro conta com o respaldo do parlamentar Luis Gutiérrez (democrata de Illinois), um dos integrantes do Grupo dos Sete que redige em segredo um plano que pode ser entregue na próxima semana.

O projeto inclui um caminho para a legalização dos indocumentados que se declarem culpados de violar as leis dos Estados Unidos e entrem em um status de liberdade condicional por cinco anos. Depois, mais cinco anos para pedir a residência e outros cinco anos de espera qualificarão para a cidadania.

Gutiérrez é contra a regra Hastert (leia na página 15), por isso apóia os organizadores das passeatas de 5 de outubro: Eliseo Medina, secretário-tesoureiro do Sindicato de Empregados e Serviços (SEIU); María Elena Durazo (AFL-CIO); Gustavo Torres (CASA Maryland/FIRM); Adelina Nicholls (GLAHR), e Óscar Chacón (NALACC).

Fim das deportações

Os líderes do movimento também manifestam preocupação com a política de deportações executada pelo governo do presidente Barack Obama, que durante seu primeiro mandato (2009-2012) bateu quatro recordes sucessivos de expulsões, o último com quase 410 mil.

O “Dia Nacional pela Dignidade e Respeito” conta com o patrocínio de grupos religiosos, trabalhistas e de direitos civis.

Na véspera da convocatória, dezenas de líderes de organizações pró-imigrantes apresentaram documentos com mais de 600 mil assinaturas ao presidente do Congresso para pedir-lhe que retire a regra Hastert e acelere o debate e a aprovação da reforma imigratória.

“Isto é muito importante para 11 milhões de pessoas, e não podemos permitir que se converta em um tema de baixa prioridade para Boehner e o Congresso”, afirmou Troy Jackson, diretor do grupo civil Ohio Prophetic Voices, ao apresentar os documentos, divulgou o diário La Opinión de Los Angeles.

“Queremos continuar exercendo pressão sobre os congressistas e mostrar a diversidade dos grupos que respaldam a proposta de reforma imigratória”, ratificou à agência EFE Laura Vázquez, analista legislativa do Conselho Nacional de la Raza.

Não perdem as esperanças

A Coalizão pelos Direitos Humanos dos Imigrantes de Los Angeles (CHIRLA) disse que o 5 de outubro “se traduz em problemas para o Congresso se o voto sobre a reforma de imigração não estiver avançando”.

“Os partidários da reforma e seus aliados em todo o país unem suas forças para dar uma chacoalhada em um dia coordenado de ação nacional para lembrar o Congresso que os Estados Unidos continuam sendo um país com um montão de ideias, dignidade, alegria, liberdade, de inclusão, espírito empresarial, intercultural, respeitoso e cidadão”, acrescentou a organização.

“Estamos nos preparando para o outono mais quente do que nunca. Agora que o Congresso voltou a trabalhar, precisam estar preparados para consertar nosso sistema imigração que está quebrada e é cruel”, disse Angélica Salas, diretora executiva da CHIRLA.

A ativista afirmou ainda que durante as próximas semanas “vamos levantar os membros do Congresso que nos apóiam e envergonhar aqueles que permanecem em silêncio ou impedem o progresso. Estamos exigindo dignidade e respeito”, concluiu.

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