Histórico

PF prende personalidades

Operação Satiagraha coloca banqueiro, investidor e até ex-prefeito atrás das grades

Quase 300 agentes da Polícia Federal, sob o comando do delegado Protógenes Queiroz, realizaram a Operação Satiagraha, que tinha como objetivo principal o cumprimento de 24 mandados de prisão e 56 ordens de busca e apreensão. A ação, deflagrada nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e em Brasília, acabou com a prisão de personalidades de destaque no cenário brasileiro, entre eles o banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, o especulador Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. A maioria dos detidos é acusada de crimes como formação de quadrilha, gestão fraudulenta, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
Dantas foi preso quase três meses depois de vender suas participações da Brasil Telecom e Telemar (OI) por cerca de 1 bilhão de dólares. Ele foi acusado, inclusive, de tentativa de corrupção contra um delegado federal, que teria recebido proposta de um milhão de dólares para retirar o nome do banqueiro das investigações.

Ele também já respondia a ação penal decorrente da Operação Chacal, deflagrada pela PF em 2004. Foi acusado de crimes de violação de sigilo de informação reservada e corrupção, ao contratar a empresa Kroll para ter acesso a dados de pessoas e empresas em órgão públicos.

Já o megainvestidor Naji Robert Nahas, libanês naturalizado brasileiro que fez história no mercado acionário, tornou-se conhecido depois de ter sido acusado como responsável pela quebra da Bolsa de valores do Rio de Janeiro, em 1989. Nahas tomava dinheiro emprestado de bancos e aplicava na Bolsa, fazendo negócios consigo mesmo por meio de laranjas e corretores, inflando as cotações. Na época causou quebra em cascata na Bolsa do Rio. Após todos os processos o empresário foi absolvido de todas as acusações.
Celso Pitta, por sua vez, teve seu mandato à frente da prefeitura de São Paulo – entre 1997 e 2000 – marcado por denúncias de corrupção, deflagradas principalmente por sua ex-mulher, Nicéa Pitta. Em 2000, ao sair do cargo, Pitta era réu em treze ações civis públicas. O valor das denúncias somadas alcançou 3,8 bilhões de reais na época. O Ministério Público do Estado pediu a devolução de 11,8 milhões de reais aos cofres da prefeitura paulistana e ele foi considerado culpado pelo “escândalo dos precatórios”, imputando-lhe uma pena de quatro anos de prisão.

O nome da operação, Satiagraha, significa em sânscrito “resistência pacífica e silenciosa”.

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