Histórico

Polícia acaba com rede de cultivo de maconha em Miami

Desmanteladas redes de narcotráfico em Porto Rico com vínculos em Miami

Durante anos, a família Santiesteban efetuou uma elaborada operação de cultivo de maconha, desde plantar as sementes pelo método hidropônico até colher as plantas e transportá-las para Nova York para vendê-las, com pelo menos 17 casas de cultivo espalhadas por todo o condado de Miami-Dade, informaram os agentes federais.

Eles instalaram câmeras de monitoramento, contrataram pessoal para proteger seus cultivos e, quando membros da família identificaram um ladrão que havia roubado 30 plantas, ajudaram a sequestrá-lo, afirmaram os agentes. O homem recebeu vários disparos e foi executado. Seu corpo foi jogado em uma rodovia no sul de Dade e sua caminhonete incendiada nos Everglades.

Na terça-feira(5), agentes da polícia finalmente fecharam a operação em grande escala, prendendo seis membros da família e outras 10 pessoas de conspiração para distribuir drogas. Assim terminou um dos maiores negócios de maconha em Miami-Dade.

Esta era uma rede criminosa muito bem organizada, que operou aqui por muito tempo”, declarou William Athas, promotor federal adjunto, durante uma audiência na quarta-feira (6) perante o tribunal onde estavam oito dos acusados.

Os agentes destacaram que a operação era administrada por uma família Gilberto Santiesteban Sr., Alexander, Derrick, Darvis, Gilberto Jr. E Yadira e que seus membros criaram uma rede de casas, contrataram pessoal a partir de 2004 para cultivar e empacotar a maconha, e depois transportá-la em veículos de aluguel para Nova York e Nova Jersey.

Além das casas de Miami-Dade, havia duas outras residências dedicadas ao cultivo de maconha, em St. Cloud, Flórida, e em Monticello, Nova York.

O preço atual de uma libra de maconha é de $4.800

Junto com os Santiesteban, outras 10 pessoas foram acusadas, incluindo cuidadores, plantadores, e até mesmo um homem que cozinhava para os trabalhadores.

Uma das pessoas que transportavam os carregamentos, Gilberto Jr., tinha o apelido de Lucky 95 pelo fato de fazer viagens pela rodovia de Miami até Nova York pela Interestadual 95 sem ser capturado levando milhares de dólares em dinheiro da droga.

Ele viajava com sua mulher e seus filhos para acobertar-se. Operaram sem ser detectados durante muito tempo, declarou Athas ao juiz federal Edwin Torres, enquanto quase duas dezenas de familiares e amigos dos acusados se ajuntavam no fundo da sala de justiça.

Quando duas das casas de cultivo caíram em batidas da Polícia de Miami-Dade nas quais capturaram mais de dez pessoas, os operadores simplesmente fechavam uma e abriam outra, segundo os documentos.

A Polícia de Miami-Dade teve a oportunidade de acabar com a empresa há oito anos, quando fizeram uma batida em uma casa na 3200 SW 103 Ct. Após receber uma denúncia, mas saíram de mãos vazias. Os policiais não detectaram um quarto secreto ao qual só se pode entrar pela parte externa.

Em 2008, Gilberto Santiesteban Jr., voltava de Nova York após entregar um carregamento quando foi detido pela polícia do condado de Osceola por uma infração de trânsito.Dentro do veículo havia $155.824 e quatro aparelhos elétricos de contar dinheiro. A polícia devolveu os dispositivos, mas confiscou o dinheiro. Santiesteban, que não foi denunciado, não apelou do confisco.

Depois disto, os transportadores começaram a esconder o dinheiro da droga dentro dos pneus estepes para evitar serem pegos.

Enquanto abriam e fechavam casas de cultivo, suspeita-se que a quadrilha movimentou mais de mil plantas. Eles cultivavam a maioria aqui, mas vendiam o produto principalmente na área de Nova York, explicou Athas.

Estavam sendo investigados

A família começou a ser investigada em 2009, quando quatro homens fazendo-se passar por policiais, com luzes de perseguição no carro e identidades policiais presas no pescoço, invadiram uma casa de propriedade de Derrick Santiesteban. Segundo a denúncia, levaram entre 30 e 40 plantas de maconha e fugiram. Santiesteban, que conseguiu gravar a falsa operação policial, identificou um dos indivíduos como Fidel Ruiz Moreno, de 35 anos. Junto a outros acusados, vigiou a casa de Moreno.

Uma vez Moreno saiu de casa e foi pegar uma van branca. Santiesteban então o seguiu em seu carro. Quando Moreno chegou num sinal de pare, Santiesteban bloqueou a van e obrigou Moreno a entrar em seu veículo.

Minutos depois, um dos acusados, Norge Manduley, disparou cinco vezes em Moreno, antes de jogar seu corpo fora do veículo. Depois golpeou Moreno fraturando o crânio para assegurar-se de que estava morto.

Os acusados trataram então de limpar o veículo. Tiraram panos cheios de sangue e miolos, explicou Athas. Depois, levaram a van para os Everglades e a queimaram.

Durante a audiência judicial de quarta-feira, a promotoria alegou que a maioria dos membros da família não deveria sair sob fiança, argumentando que continuam sendo um perigo para a comunidade e há grandes probabilidades de fugirem.

Os cinco acusados do sequestro e assassinato de Moreno Derrick Santiesteban, Gilberto Santiesteban Jr., Yadira Santiesteban, Juan Felipe Castañeda e Manduley podem enfrentar a pena de morte, segundo a promotoria. Castañeda está ainda em liberdade. Outros acusados de conspiração para distribuir droga são German Silvestro, David Silva, Raúl Fabián Ramírez Jr., Francisco Javier Díaz, Alejandro Pimentel e Estrella Mijares, todos de Miami.

Outros dois acusados de conspiração ainda estão em liberdade: Darvis Santiesteban e John Villalongo, também de Miami.

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