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Projeto de reforma imigratória pode ter legislação que inclua casais gays

Parlamentares, no entanto, temem que a questão dê munição aos oponentes da reforma

 domestic partners

DA REDAÇÃO COM AP — Frustrados por terem ficado fora da reforma de imigração, os grupos defensores dos direitos dos homossexuais estão pressionando para que uma proposta de lei bipartidária no Senado inclua os casais gay. Mas os democratas decidiram ir com cuidado, temerosos de acrescentar uma nova questão divisionista que poderia fazer com que perdessem o apoio republicano e colocassem em perigo todo o projeto.

Ambos partidos querem que a proposta seja bem sucedida. Simplesmente conseguir um acordo sobre a estrutura básica para a reforma de imigração que possa abrir um caminho para a naturalização de cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais foi difícil para os senadores. Conseguir que seja aprovada em um dividido Congresso não é nada seguro.

Ainda assim, os grupos de direitos dos homossexuais, seus lobbies e partidários da base insistem que o acordo não deveria excluir os casais binacionais do mesmo sexo – aproximadamente 28.500, de acordo com um estudo realizado em 2011 pelo Williams Institute na Universidade da Califórnia em Los Angeles. Os ativistas estão intensificando uma campanha para mudar a proposta a fim de que seja permitido aos americanos gays patrocinarem seus parceiros para a obtenção de residência permanente, da mesma forma que ocorre com casais heterossexuais.

Partidários dessa proposta foram até o Capitólio esta semana para apresentar suas reivindicações nos gabinetes dos senadores.

“Os opositores vão propor emendas que, se forem aprovadas, podem fazer com que se desfaça esta frágil coalizão que conseguimos formar”, disse o senador republicano John McCain na semana passada ao apresentar a proposta de lei. Disse que os oito senadores dos dois partidos que elaboraram o plano estão comprometidos a votar contra mudanças que a coloquem em perigo.

Para os democratas, a posição é precária. Os senadores democratas apoiam majoritariamente o casamento gay – todos, com exceção de três expressaram publicamente seu apoio – e mais de 20 respaldaram este ano uma proposta de lei diferente, chamada Lei de União das Famílias Americanas para permitir que os gays patrocinem seus parceiros independente de uma ampla reforma da imigração.

Mas os senadores do partido ainda estão ressabiados com a derrota da proposta de controle de armas esta semana. E poucos parecem querem incluir asuntos divisionistas que possam prejudicar as grandes probabilidades de obter uma importante vitória legislativa este ano e colocar um potencial marco ao legado presidencial de Barack Obama

“Fico preocupado com qualquer emenda que possa afundar a proposta”, disse o senador democrata Carl Levin em entrevista, e acrescentou ainda não ter decidido se uma emenda para gays e lésbicas seria aceitável.

A Casa Branca disse que Obama apoia incluir os casais do mesmo sexo na reforma, mas sabe que o projeto é um acordo e o presidente não espera conseguir tudo o que deseja.

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