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Proposta agrícola dos EUA é incapaz de alavancar Doha-Itamaraty

O governo brasileiro anunciou nesta sexta-feira que a proposta para a nova lei agrícola dos Estados Unidos é “incapaz” de propiciar os avanços necessários para a conclusão da Rodada de Doha de liberalização do comércio global.

O Brasil, potência agrícola que lidera o chamado G20 (grupo dos 20 países em desenvolvimento) na Organização Mundial do Comércio (OMC), considerou “modestas” as modificações propostas no documento apresentado esta semana pelo Departamento de Agricultura dos EUA.

“Do ponto de vista brasileiro, a proposta do Departamento de Agricultura norte-americano… se configura incapaz de propiciar os avanços necessários para uma conclusão satisfatória e equilibrada da Rodada (de Doha)”, disse o chefe do Departamento Econômico do Itamaraty, Roberto Azevedo.

Dessa maneira, o Brasil se junta à União Européia, que questionou recentemente a proposta dos EUA afirmando que o projeto não basta para reduzir os subsídios aos produtores, para que se alcance um acordo na Rodada de Doha.

As tratativas para um acordo global de comércio encontram dificuldades para avançar justamente nas questões agrícolas, devido aos subsídios concedidos pelos países desenvolvidos, que querem acesso a mercados de nações em desenvolvimento em troca da redução do apoio aos seus produtores.

Azevedo disse em uma entrevista coletiva em Brasília que, em sua avaliação preliminar da proposta norte-americana, o governo brasileiro “vê elementos positivos que parecem sugerir a transferência de alguns recursos para programas (de ajuda a agricultores) menos distorcidos”.

Porém, ele indicou que se tratam de mudanças modestas “se forem comparadas com os resultados que se esperam das negociações multilaterais”.

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