Histórico

Questão racial será decisiva na Super-Terça

Pelo partido democrata, Hillary e Obama (foto) disputam os decisivos votos dos negros e latinos

Ao vencer as primárias da Carolina do Sul, no dia 26 de janeiro, o senador e candidato à indicação pelo partido democrata Barack Obama fez questão de destacar que a eleição não envolveria questões raciais, mas sim “a oposição entre passado e o futuro”. No entanto, com a aproximação da Super-Terça (dia 5 de fevereiro), quando 24 estados vão escolher seus representantes, está cada vez mais claro o papel fundamental dos negros e latinos nesta escolha. Os dois grupos – as duas mais numerosas minorias na América – enfrentam os mesmos problemas, como a dificuldade em obter bons empregos e a ausência de plano de saúde para suas famílias, por exemplo. “Unindo as nossas forças poderíamos resolver estas questões, elegendo um presidente compromissado com as causas dos mais necessitados”, disse um militante de Obama, em uma reunião com a comunidade latina.

Nunca é demais lembrar que o voto latino é decisivo em regiões cujos eleitores vão às urnas na Super-Terça: os latinos são 25% da população da Califórnia e 37% do New Mexico, mas possuem boa representatividade mesmo em estados do leste, como New York (11%). Ao todo no país são 18 milhões de eleitores de origem hispânica. Portanto, a aproximação tentada pelo militante de Obama faz todo o sentido, especialmente porque em grandes metrópoles como Los Angeles e Chicago a cisão entre negros e latinos é evidente.

“Parte desta tensão entre os dois grupos acontece entre gangues ou mesmo nas prisões, mas não há como negar que há uma disputa acirrada entre negros e latinos no mercado de trabalho”, admitiu Jaime Regalado, do Pat Brown Institute of Public Affairs, na Universidade do Estado da Califórnia, em Los Angeles. Por enquanto, a senadora e também candidata Hillary Clinton tem o apoio latino, com 59% de aceitação, segundo as pesquisas de opinião, enquanto Obama tem mais de 80% dos votos entre os ‘african-americans’. Na visão de analistas políticos, esse pode ser o fator decisivo na disputa pela vaga democrata na corrida presidencial, mas falta ver para onde a balança vai pender

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