Histórico

R10 desabafa: ‘Diziam que estava acabado’

Ronaldinho e Cuca sagram-se campeões da Libertadores

O meia Ronaldinho Gaúcho desabafou contra os críticos após o título do Atlético-MG da Libertadores, o primeiro da história do clube e também da carreira do jogador, que não conseguiu segurar as lágrimas na comemoração no gramado do Mineirão, após o triunfo sobre o Olímpia.

“Passa um filme na cabeça, passa muita coisa. Voltei para o Brasil para conquistar o que não tinha conquistado. E quando conquista, a sensação é de dever realizado. Falavam que eu estava acabado, falavam que eu estava acabado, falavam que eu estava acabado”, repetiu o camisa 10, que sequer precisou bater pênalti.

“Voltei para o Brasil para isso. Falaram que era o time renegado. Fala agora! Está aí, Jô voltou para a seleção, foi artilheiro, campeão da Copa das Confederações. Provamos que nem sempre o atleta é que está errado, muita coisa extracampo atrapalha. Não estou dizendo que atleta está sempre certo. Demos a volta por cima, está aí”, disparou Ronaldinho, visivelmente emocionado.

Ronaldinho emocionou-se também quando foi ovacionado pela torcida mineira após a conquista. Segurando o choro, elogiou o técnico Cuca e falou que a torcida o apoiou quando precisou.

“No momento mais difícil da minha vida, essa torcida me abraçou. É lindo demais, demais”, declarou o camisa 10, referindo-se ao período em que sua mãe esteve doente. Na época, ele inclusive chegou a chorar na comemoração de um gol.

Cuca atribui conquista ao amadurecimento na carreira

Campeão da Libertadores com o Atlético-MG, Cuca quebrou o estigma de azarado e ganhou seu primeiro título de grande expressão na carreira. Para ele, a conquista é fruto de seu amadurecimento como treinador e da sequência do trabalho no clube mineiro.

“O que eu acho que melhorei na vida foi ter mais paciência e colhi no Atlético o que plantei, e foram dois anos de trabalho. Acho que em outros lugares eu não tive paciência de esperar e saía antes do tempo, o trabalho também era bom”, observou Cuca.

O treinador havia ganhado apenas campeonatos estaduais. Seus trabalhos de maiores destaques, até então, foram o vice-campeonato brasileiro pelo Cruzeiro em 2010, o vice-campeonato da Copa Sul-Americana com o Fluminense em 2009 e a arrancada que livrou o time carioca de um rebaixamento no mesmo ano, além de montar um belo time em sua passagem pelo Botafogo.

No Atlético, Cuca já conquistou dois títulos mineiros e foi vice-campeão brasileiro no ano passado, o que possibilitou ao time disputar a Libertadores 13 anos depois de sua última participação e faturar o título inédito em seus 105 anos de história.

A vitória dramática sobre o Olimpia nos pênaltis, por 4 a 3, depois derrotar os paraguaios no tempo normal, por 2 a 0, foi atribuída por Cuca ao trabalho de quase dois anos no Atlético.

“Se a gente perde no pênalti volta tudo no azarado, o Atlético é azarado, eu sou azarado. Se bem que eu acho que não é assim, né? Não é porque eu ganhei que agora eu tenho sorte, o trabalho é diferente de você ter sorte ou azar, e o trabalho foi bem conduzido”, ressaltou Cuca.

O treinador comemorou o título histórico conquistado pelo Atlético. “A gente está conseguindo mudar a história do clube, um clube centenário como o Atlético que passou a ser um time sortudo e eu hoje, automaticamente, tive sorte. É estranho falar, né?”, disse Cuca com um sorriso no rosto na noite de quarta-feira, 24 de julho de 2103, uma data que vai ficar na história do clube.
Final da Libertadores quebra recorde de bilheteria nacional: R$ 14 milhões

Antes de o Atlético-MG comemorar o inédito título da Libertadores na noite desta quarta-feira, o Mineirão registrou um público de 56.557 pagantes (58.620 presentes), a maior bilheteria da história do futebol nacional: R$ 14.176.146,00.

Os bilhetes foram vendidos de R$ 100 e R$ 500 para a torcida atleticana de R$ 100 a R$ 500 e de R$ 40 a R$ 250 para os torcedores paraguaios. O valor é quase 70% maior que o recorde anterior, o amistoso entre Brasil e Inglaterra, no Maracanã, que teve renda de R$ 8.630.430

Cinco maiores rendas da história do futebol brasileiro:

1) Atlético-MG 2 x 0 Olímpia / Mineirão em 2013 – R$ 14.176.146
2) Brasil 2 x 2 Inglaterra / Maracanã em 2013 – R$ 8.630.430
3) Brasil 3 x 0 França / Arena do Grêmio em 2013 – R$ 6.833.515
4) Santos 0 x 0 Flamengo / Mané Garrincha em 2013 – R$ 6.948.710
5) Brasil 0 x 0 Argentina / Mineirão em 2008 – R$ 6.605.255

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