Histórico

Reforma parará cinco semanas no Congresso

As duas câmaras entram em recesso em agosto

Nove meses depois da reeleição do presidente Barack Obama e do retorno do debate da reforma imigratória à lista de prioridades nacionais, o Congresso se prepara para começar, na próxima semana, um recesso de cinco semanas (de 5 de agosto a 9 de setembro) com a tarefa cumprida pela metade: um plano do Senado que legaliza milhões de indocumentados e uma Câmara de Deputados que resiste à cidadania, e que exige novas e rigorosas medidas de segurança na fronteira.

Mas o recesso não significa que os atores do debate ficarão de braços cruzados esperando que os legisladores decidam o que farão com os 11 milhões de indocumentados.

“Ainda existe a possibilidade de a Câmara de Representantes querer fazer e terminar votando uma proposta com caminho para a cidadania antes de 30 de setembro. Mas não fará isto sem a pressão forte por parte da comunidade”, disse Jorge Mario Cabrera, diretor de comunicações da Coalizão pelos Direitos Humanos dos Imigrantes de Los Angeles (CHIRLA) na Califórnia.

As mobilizações anunciadas por Cabrera se somam às campanhas de envio de mensagens de texto e ligações telefônicas que promovem organizações nacionais pró-imigrantes que clamam por uma reforma imigratória ampla.

O governo reiterou que mantém firme seu apoio a uma solução legislativa para o tema da reforma imigratória, apesar da existência de um Plano B que seria ativado no caso de a Câmara de Deputados não atuar e abortar o debate.

O Plano B consiste no fato de organizações pró-imigrantes e legisladores pedirem a Obama uma ação executiva para iniciar um programa tipo TPS para os indocumentados, e ampliar a Deferred Action para incluir os pais de jovens indocumentados cujas deportações já foram impedidas e receberam uma permissão temporária de trabalho.

Mas uma via legislativa que não foi comentada pela Casa Branca foi assumida pela liderança republicana da Câmara de Representantes e consiste em debater a reforma imigratória aos pedaços. Isto foi sugerido pelo presidente do Congresso, John Boehner (Ohio) e Bob Goodlatte (Virgínia), presidente do Comitê Judiciário.

As organizações pró-imigrantes rechaçam esta via. “Não é aceitável uma proposta imigratória em pedacinhos. O que ocorre é que a nossa comunidade foi sendo deportada de pouquinho a pouquinho. Se este tipo de proposta somente retardar uma solução permanente, exige-se o mesmo esforço para legalizar os 11 milhões de indocumentados”, disse Cabrera. “Uma proposta geral ampla com caminho para a cidadania é o que aceitaremos. Não menos”, destacou.

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