Histórico

Regime aberto para detentos sofre novo revés

Chefe do tráfico em morro carioca não volta para prisão

O traficante Alexander Mendes da Silva, conhecido como Polegar, e suspeito de chefiar a venda de drogas no Morro da Mangueira, no Rio de Janeiro, está sendo procurado pela polícia carioca. Condenado a 22 anos de prisão, ele estava atrás das grades até o início da semana, mas foi beneficiado por uma decisão judicial, que lhe concedeu a opção do regime aberto, após o cumprimento de um sexto da pena. Resultado: o criminoso saiu da cadeia pela porta da frente e não voltou mais.

O juiz Carlos Borges, da Vara de Execuções Penais, disse que baseou sua decisão na lei e num parecer da Secretaria de Administração Penitenciária que considerou o comportamento do preso “excelente”. Mas, ao mesmo tempo, não poupou críticas ao regime aberto. “Trata-se de um sistema falido, pois 90% dos presos não voltam. O Rio possui apenas um albergue com capacidade para 400 presos. Muitas vezes eles não têm espaço para dormir”, afirmou o juiz. O Ministério Público foi contrário a progressão de regime do traficante.

Esta é a segunda vez que Polegar fugiu após ser beneficiado pela Justiça. Ele foi preso em 2002, em Fortaleza, no Ceará, após ficar foragido por sete meses depois de obter o livramento condicional. O governador do Rio, Sérgio Cabral, culpou a atual legislação. “Já colocamos todo o aparato de segurança atrás dele. Esse episódio serve para, mais uma vez, fazermos uma reflexão sobre a legislação condescendente com assassinos e bandidos de toda a espécie”, afirmou.

A concessão de benefícios já favoreceu vários traficantes. Zacarias Gonçalves Rosa Neto, o Zaca do Dona Marta, sumiu da mesma Casa do Albergado em 2006 e foi recapturado apenas este ano. O sequestrador e traficante Robson Roque da Cunha, o Robson Caveirinha, foi beneficiado em janeiro de 2007 e também não retornou. Ele foi morto três meses depois em confronto com policiais na Favela de Vigário Geral, no subúrbio do Rio. No ano passado, Marcelo Soares de Medeiros, o Marcelo PQD, ganhou o direito a Visita Provisória ao Lar em fevereiro e foi preso em junho quando tentava retomar o Morro do Dendê, na Ilha do Governador, acompanhado de seis homens fortemente armados.

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