Histórico

Republicanos insistem em uma reforma imigratória em pedaços

O presidente do Comitê Judiciário enviará vários projetos já aprovados ao plenário da Câmara

A deputada republicana Cathy McMorris Rodgers (republicana de Washington) (foto) disse à rede Univision que, nos próximos dias, será enviado ao plenário da Câmara de Deputados emendas de reforma imigratória aprovadas pelo Comitê Judiciário.

A parlamentar garantiu que para seu partido a reforma é “uma prioridade” e que há uma janela “daqui até o final do ano” para ser aprovada.
No final de junho, o Senado aprovou um plano que inclui uma via de legalização para indocumentados que estão nos Estados Unidos desde antes de 31 de dezembro de 2011 e não tenham antecedentes criminais.

A liderança republicana respondeu que debaterá sua própria proposta e fará isto por partes, sem garantir que uma delas contemple a naturalização.

Simultaneamente, o presidente do Congresso, John Boehner (republicano de Ohio) advertiu sobre a Regra Hastert, que somente permite levar ao plenário as iniciativas que tenham o respaldo da maioria da maioria, ou seja 118 dos 234 votos de seu partido.
A reforma por partes

Até agora o Comitê Judiciário aprovou pelo menos seis emendas relacionadas com segurança e nenhuma cita a legalização de indocumentados. Uma delas, inclusive criminaliza a estadia indocumentada, um fato que por ora é considerado apenas um ato de desobediência civil.

McMorris disse que o objetivo do presidente do Comitê Judiciário, Bob Goodlatte (republicano da Virgínia) “e sua prioridade é obter a reforma imigratória no plenário”, por isto começará a “levar estes projetos de lei à votação”.

Por ora, o Congresso continua envolvido no debate do orçamento e do limite da dívida. A reforma imigratória não figura como prioridade imediata.

A falta de um acordo bipartidário não permitiu um acordo final e o governo teve de enviar para suas casas e sem salários 800 mil empregados federais.

A legisladora de Washington disse que, apesar do teto da dívida e das negociações orçamentárias estejm dominando a agenda, “ainda há tempo e temos de consertar o sistema de imigração”.

McMorris disse também que a reforma imigratória “é importante para nossa economia” e assegurou que na Câmara de Deputados podem “fazer as coisas bem, sempre que for preciso”.

Votos suficientes

Tanto a Casa Branca como a liderança democrata asseguraram ter os votos suficientes para aprovar a reforma imigratória, mas a Regra Hastert não permite.

“Os votos estão na Câmara Baixa”, disse Cecilia Muñoz, diretora do Conselho de Política Doméstica. “Sabemos que lá estão os votos para a reforma imigratória e também para reabrir o governo”, acrescentou.

Muñoz também fustigou a liderança republicana que deteve a votação no plenário, sujeita ao cumprimento da Regra Hastert.
Os democratas garantem 195 dos 201 votos da bancada e mais 40 apoios republicanos. Para aprovar a reforma imigratória seria necessário um mínimo de 218.

O congressista Xavier Becerra (democrata da Califórnia) disse que se fosse levada à votação, a reforma imigratória “pode passar agora, hoje mesmo”, mas alguns políticos republicanos “colocam seu partido na frente da pátria”.

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