Com a Câmara e o Senado sob controle, republicanos ameaçam não liberar verbas para o departamento de Homeland Security depois de fevereiro
Deputados republicanos planejam votar na próxima semana uma medida para bloquear as despesas relacionadas com ações executivas imigratórias do presidente Barack Obama.
A votação virá ao mesmo tempo que a Câmara discute uma legislação que mantenha o departamento de Homeland Security funcionando depois de fevereiro. Os parlamentares dizem que o objetivo é manter o departamento funcionando com todos os recursos – necessidade crítica, especialmente depois do ataque terrorista em Paris – mas impedindo que as ações imigratórias de Obama entrem em vigor.
As medidas reveladas por Obama em novembro trazem alívio para cerca de 4 milhões de imigrantes que estão ilegalmente no país e ameaçados de deportação. A ação enfureceu os republicanos depois da vitória do partido nas eleições parlamentares do ano passado. Eles prometeram reverter a situação depois de assumir o controle do Congresso esta semana.
“Não permitiremos que o dinheiro dos contribuintes seja usado para custear ordens ilegais”, disse a deputada Martha Roby, R-Ala, que faz parte de um grupo de parlamentares que vem se encontrando com o líder da maioria na Câmara, Kevin McCarthy, R-Calif., para delinear uma resposta ao presidente.
Ainda assim, não é certo de que uma medida da Câmara para bloquear os fundos passe pelo Senado, onde os republicanos ainda precisam de seis votos para os 60 necessários para avançar com a maioria das ações. E ainda pode sofrer o veto presidencial, se aprovada.
Isso faz com que o final da disputa fique incerto. Mas, ao iniciar os trabalhos logo no começo de janeiro, os deputados republicanos sinalizam que dedicarão bastante tempo para o debate antes que os fundos para o Homeland Security se esgotem no final de fevereiro.
“O objetivo principal é prover o DHS e deixar claro que não há verbas, incluindo aqueles que provêm de taxas, para as ações ilegais do presidente”, disse o deputado Matt Salmon, R-Ariz.
O conflito de interesses na questão imigratória surgiu já no final do ano passado, quando os republicanos mantiveram o Homeland Security com rédea curta, e liberaram verbas para todo o resto do governo por um ano. Eles chegaram à conclusão de que estariam em melhor posição para negociar depois que assumissem o controle do Senado e da Câmara este ano.
Entretanto, a caneta de Obama continua com poder de veto, e ainda não se sabe se os republicanos serão capazes de impedir os movimentos do presidente no que diz respeito à imigração.