Histórico

Retrospectiva 2008: Lula na lista dos mais influentes do mundo da revista Newsweek

Revista diz que presidente pegou Brasil à beira da ruína em 2003 e hoje governa com mais de US$ 200 bi

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, figura como a 18ª pessoa mais influente do mundo numa lista elaborada pela revista americana Newsweek para delinear a nova estrutura de poder global.

Na edição com data de 5 de janeiro de 2009, o periódico publica reportagem especial sobre a ascensão de Barack Obama ao posto de pessoa mais influente do mundo e aponta os 49 políticos, grupos e personalidades com mais potencial de destaque durante o mandato do próximo presidente americano.

Ao justificar a escolha de Lula como a 18ª pessoa mais influente do planeta, a Newsweek escreve que, depois de pegar o Brasil à beira da ruína no início de 2003, o atual presidente hoje governa um País com mais de US$ 200 bilhões em reservas internacionais e com o menor índice de inflação entre os países emergentes.

Encabeçada por Barack Obama, a lista da Newsweek conta com o presidente da China, Hu Jintao, em segundo lugar, e o da França, Nicolas Sarkozy, em terceiro.

Os quarto, quinto e sexto lugares são ocupados, na ordem, pelos presidentes dos bancos centrais dos EUA, da Europa e do Japão, Ben Bernanke, Jean-Claude Trichet e Masaaki Shirakawa, respectivamente.

O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Gordon Brown, aparece em sétimo lugar, seguido pela chanceler alemã, Angela Merkel, e pelo chefe de governo da Rússia, Vladimir Putin. O décimo lugar é ocupado pelo rei Abdullah da Arábia Saudita.

Lula aparece à frente de figuras como o papa Bento XVI (37º), o milionário saudita no exílio Osama bin Laden (42º) e o dalai-lama (46º).
No texto de apresentação, a Newsweek admite que a elaboração da lista é altamente subjetiva e arbitrária, mas assegura que as escolhas foram cuidadosamente avaliadas e representam a tendência do novo equilíbrio de poder no mundo.

Popularidade em alta
Parece que a população brasileira concorda com a avaliação da revista americana, pois vem conferindo ao presidente Lula altos índices de popularidade, apesar dele já estar em seu segundo mandato, onde normalmente o governante entra em declínio.

Agora, ele terá uma tarefa árdua politicamente: preparar Dilma Roussef, a atual secretária da Casa Civil do governo, para ser sua sucessora. Isto é, se algum deputado mais, digamos, entusiasmado não apresentar um projeto de lei para modificar a Constituição do Brasil para que Lula possa disputar o terceiro mandato presidencial. Tomara isto não seja aprovado, porque significaria a falência das instituições democráticas brasileiras.

Aliás, 2009 também deve ser um ano difícil para o Brasil, e a tendência é a oposição ganhar força ao se aproveitar de uma possível turbulência na economia brasileira, apesar das bravatas do atual presidente.

Criminalidade não dá trégua
Os pontos negativos no Brasil continuam a ser a má distribuição da riqueza e o elevado índice de violência que têm obrigado a população a andar armada e amedrontada, sobretudo nos grandes centros urbanos.

Alguns crimes monopolizaram a atenção da mídia este ano, como o caso da menina Isabella Nardoni, que teria sido jogada da janela do apartamento pelo pai e pela madrasta num bairro de São Paulo. Os dois se encontram presos porque a perícia da polícia concluiu que nenhuma outra pessoa esteve presente durante o fatídico sábado em que ocorreu o crime.

Também na capital paulista, o rapaz que fez duas adolescentes de reféns e acabou matando a ex-namorada demonstrou a falta de preparo da polícia brasileira ao lidar com situações de extrema periculosidade. Mesmo cercado, o assassino conseguiu atirar nas reféns, o que resultou na morte da jovem Eloá e de sua amiga, que escapou com ferimentos leves. Ora, eles precisaram ser alimentados e a polícia forneceu a comida. Qualquer um sabe que bastava colocar sonífero nos alimentos e esperar o efeito da droga para invadir o local. Encontrariam os três dormindo, capturariam as reféns e prenderiam o seqüestrador, que ainda não havia cometido o crime.

Em termos de tragédia, vale registrar as enchentes em Santa Catarina que deixaram o estado em situação de calamidade pública, quase cem pessoas e milhares de desabrigados. Está mais do que na hora das autoridades se prepararem adequadamente para conter o nível das águas do rio Itajaí, que sempre inunda as cidades da região de Blumenau.

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