Histórico

Senadores da Flórida discutem polêmico projeto para porte de arma em escolas

Medida provoca reação negativa de pais e professores e mostra o poder da indústria armamentista


Reverendo Al Sharpton marchou ao lado de centenas de companheiros até o Capitólio Estadual em Tallahassee, contra a extensão da política de legítima defesa “Stand you Ground’”

Da Redação, Com Miami Herald –-Os senadores do estado da Flórida encontraram uma ‘solução’ para a segurança dos alunos nas escolas: armar os professores. O polêmico projeto que autoriza o porte de arma para funcionários da rede escolar no estado passou por um painel de debates na segunda-feira (10), apesar da forte oposição de entidades ligadas aos pais de alunos, conselhos escolares e o sindicato dos professores na Flórida.
O projeto é um dos mais radicais entre os relacionados ao porte de armas no estado, o que mostra a forte influência que a Associação Nacional do Rifle (NRA) exerce sobre a política em Tallahassee. Outras prioridades para a NRA são a extensão da política de ‘Stand You Ground’ para a legítima defesa, permitir a emissão de porte de arma para coletores de impostos e autorizar a compra de doces com formato de armas pelas crianças.

É claro que há oposição há essas políticas.

Na segunda-feira, o Rev. Al Sharpton marchou ao lado de centenas de companheiros até o Capitólio Estadual em Tallahassee, contra a extensão da política de legítima defesa ‘stand you ground’, usada recentemente como argumento para absolver um cidadão floridiano que atirou e matou um rapaz.

Sharpton disse que os protestos marcaram o começo de uma ‘ofensiva de primavera e verão’ que tomará tanto o Capitólio quanto as administrações regionais.

“Não podemos promover debates sobre tornar as armas ainda mais acessíveis. Em vez disso, deveríamos debater sobre como fazê-las menos acessíveis,” disse Sharpton. “A legislação que eles propõem, ao meu ver, é assassina”

Há muito que a NRA é uma força poderosa em Tallahassee, em parte por causa da capacidade de mobilizar eleitores em época de eleições. Mas depois do tiroteio na escola de Newtown, Conn., em 2012, a associações buscou um abrandamento na sua agenda politica.

A NRA volta ao ataque a tempo para as eleições de 2014, colocando o seu considerável cacife a serviço de medidas favoráveis à política de porte de armas.

“Há uma série de projetos que apoiamos”, diz o veterano lobista da NRA, Marion Hammer. “Mas o fato de os apoiarmos não significa que tenham sido ideia nossa.”

Um desses projetos (SB 544, HB 523), permitiria que coletores de impostos pudessem requerer porte de armas escondidas (concealed). Outro projeto impediria que crianças pudessem ser castigadas por brincar fingindo que estão armadas. O projeto foi inspirado em um caso acontecido numa escola de Maryland, onde um aluno foi suspenso por causa de uma goma de mascar no formato de uma arma.

Outra medida relacionada seria a autorização para certos funcionários da rede escolar portarem armas dentro das escolas. Os professores que requisitassem o porte teriam de ter já uma autorização para arma escondida comum ou passado militar ou policial. Eles teria também que passar por um curso preparatório.

O projeto surgiu no ano passado, mas parou no Senado. Seu autor, o senador Alan Hays, republicano de Umatilla, disse que “a intenção é fazer o ambiente de ensino mais seguro para nossas crianças, ao conceder aos diretores e administradores das escolas a opção de ter diretores e administradores das escolas a opção de ter nas dependências pessoal treinado e capacitado para o porte de armas.”

Sobre o assunto, a NRA já tem pronto o argumento: “A melhor maneira de parar um sujeito mau com uma arma é ter um bom com outra.”

Mas Wayne Blanton, da Flórida School Boards Association, disse que a política passaria a mensagem errada aos alunos. “Não precisamos de professores ou quem quer que seja portando armas em nossas escolas,” disse. “Nossos professores e diretores são exemplos para alunos muito influenciáveis. Se professores, diretores e funcionários podem carregar armas, por que não as crianças `poderiam fazer o mesmo`?”

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