Histórico

Servidores do Itamaraty fazem greve em ao menos 70 postos no exterior

Funcionários reinvindicam auxílio moradia e reajuste salarial. Consulado-Geral de Miami não parou

Servidores do Itamaraty fazem greve em ao menos 70 postos no exterior

DA REDAÇÃO (com agências) – Servidores do Itamaraty em ao menos 70 dos 227 postos do Brasil no exterior registraram paralisações na terça-feira (12) e quarta-feira (13), segundo o Sinditamaraty (sindicato que representa os funcionários do órgão). A greve continua em alguns setores e a assembleia irá se reunir nesta tarde para decidir os rumos da greve.

Em Miami, o Consulado-Geral informou que não houve paralisação dos serviços.

De acordo com o sindicato, entre os postos que paralisaram os trabalhos mesmo que parcialmente estão os consulados de Boston, Chicago, Atlanta e New York, além da área consular da embaixada em Washington. Em outros países, pararam os consulados de Barcelona, Genebra, Ciudade del Este, Quito, Assunção, Londres e Buenos Aires.

O consulado de New York ficou aberto apenas para serviços emergenciais e gerou transtornos aos usuários na terça-feira. A jurisdição do Consulado Geral do Brasil em Nova York abrange os estados de New Jersey, Pensilvânia, New York e Connecticut. Segundo o jornal Brazilian Voice, inúmeros brasileiros foram surpreendidos ao chegarem na sede do consulado e as portas estavam fechadas.

Transtornos para o público
Várias pessoas com atendimento agendado para o dia tiveram o encontro cancelado sem aviso prévio. “Não sei nem o que dizer, pois tinha o agendamento para a renovação do meu passaporte para hoje e não sabia de nada. Recebi a confirmação no meu e-mail ontem”, comentou Cirlândia, residente em New Jersey. “Inclusive, eu gostaria de saber as pessoas que tinham agendamento marcado para hoje como é que vai ficar agora”. “É uma vergonha, pois o Consulado é obrigado a ajudar e está somente complicando a vida do pessoal”, disse Carlos, natural de Minas Gerais e morador em New Jersey.

A greve dos servidores do Ministério das Relações Exteriores tem como principais reivindicações o pagamento em dia do auxílio-moradia no exterior e os reajustes salariais de assistentes de chancelaria, diplomatas e oficiais de chancelaria.

Outras reivindicações da pauta são a concessão automática de passaporte diplomático a todos os membros do Serviço Exterior Brasileiro, que não contempla os assistentes de chancelaria; além de regras para os plantões consulares, diplomático e dos setores de comunicações dos postos no exterior, que hoje não têm regime de compensação de horas para quem realiza os plantões.

A oficial de chancelaria Ivana Lima entrou no ministério em 2007 e há um ano e oito meses vive em Atlanta. Ela participa do movimento grevista e explica como a irregularidade do pagamento dos benefícios afeta seu orçamento doméstico. Segundo ela, o valor do aluguel da casa onde mora equivale a três quartos do salário líquido.

O Itamaraty reconhece as dificuldades para cumprir o compromisso. Em um ofício enviado pelo ministério ao sindicato no dia 16 de abril, o Itamaraty afirmou se solidarizar com o pleito da regularização e pagamento dos auxílios atrasados, e informou estar empenhado na obtenção da verba para o repasse. Segundo o ofício, o saldo destinado para este tipo de despesa é insuficiente.

Com relação à reivindicação salarial, o Sinditamaraty informa que, em 2008, os diplomatas tiveram reajuste salarial, mas os assistentes e oficiais de chancelaria não receberam aumento.

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